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Carro à venda: veja dicas para atrair compradores e fazer um bom negócio

Juca Varella/Folha Imagem
Imagem: Juca Varella/Folha Imagem
do UOL

Colunista do UOL

24/09/2020 04h00

Conheço muitas pessoas que não gostam de negociar, seja quando estão vendendo ou comprando algo. De qualquer forma, cedo ou tarde nos deparamos com uma situação de negociação, por mais desconfortável que seja.

Se o objeto em questão for um carro, fazer um bom negócio é uma arte. A não ser que você seja um profissional que já trabalha com isso há um bom tempo, é quase inevitável perder algum dinheiro em relação ao que foi pago pelo veículo no passado. Portanto, o ideal é minimizar esse déficit.

Como ganhar destaque, diante dos milhares de carros anunciados? Aqui vão algumas dicas para valorizar seu carro, mas atenção: se você espera ler dicas para omitir problemas ou fazer coisas erradas, nem precisa ler essa coluna. Lembre-se que um bom negócio tem que ser favorável para os dois lados.

Revisões são essenciais

Tudo começa pelo óbvio, que é manter a manutenção do carro em dia. Não só porque vai te ajudar no momento da venda, mas também por questões de segurança. Trocas de óleo e filtros, revisão de freios, pneus, suspensão, embreagem, velas, correias e mais uma lista interminável que deve ser seguida de acordo com os intervalos de substituição que estão no manual do proprietário.

Guarde os comprovantes dos serviços e dos carimbos no manual - quando a revisão for feita em concessionária. Sem eles, será difícil convencer alguém sobre o que foi feito.

É mais barato manter o carro em dia do que fazer tudo de uma vez para passá-lo adiante. Se nada foi feito na suspensão do carro, por exemplo, pode ser que no momento da venda ela esteja em frangalhos. O investimento em uma suspensão completa é caro e dificilmente será recuperado.

Diferentemente de quem está sempre revisando o carro e em algum momento trocou amortecedores, em outro as bandejas, coxins e assim por diante. Na hora da venda, ou estará tudo em ordem, ou pouca coisa precisará ser feita.

Você pode achar que isso é bobagem, afinal de contas, para que investir em um carro que será vendido? Muito simples, basta entender que existem vários outros carros iguais ao seu - que, se estiver ruim, será bem difícil de passar para frente. Pessoalmente, quando avalio um carro, valorizo muito os de donos atentos à manutenção, e passo a tolerar outros detalhes mais simples, comuns em um carro usado.

Trato no visual

Depois dos cuidados mecânicos, tudo que os olhos conseguem ver deve estar o mais apresentável possível. Eu (novamente) aprecio carros sem retoques de pintura para que não haja diferença de cor.

Pequenas raladinhas nos para-choques são toleráveis, e só vale a pena repará-las se a peça já não estiver com a pintura original. Se a pintura for original, deixe a raladinha lá e valorize o fato de o carro nunca ter sido pintado — um indicador de que não foi batido.

Já coisas mais pesadas, como amassados ou danos causados por granizo, devem ser arrumadas para não espantar compradores. No dia em que for mostrar o carro para um interessado, passe num lava-rápido antes ou, no mínimo, dê uma ducha de posto. Mostrar o carro sujo demostra desrespeito pelo interessado. Você compraria uma roupa suja?

Para muitos, o interior do carro é mais importante que o exterior, pois é lá que as pessoas estão. Se você é fumante, tem "obrigação" de fazer uma higienização interna, daquelas que utilizam máquinas de ozônio, para pelo menos tentar minimizar o cheiro do cigarro.

Todos os equipamentos devem estar funcionando perfeitamente — principalmente o ar-condicionado. Peças de acabamento quebradas são problemas fáceis de resolver. Vale investir em substitutas, a fim de apresentar um interior íntegro.

Propaganda é a alma

Tomados esses cuidados, o próximo passo é dos mais importantes: anúncio. Quando eu procuro um carro, filtro as melhores opções pelos anúncios que pesquiso.

É essencial que esse anúncio tenha fotos de qualidade no modo horizontal (paisagem) e mostrem todos os ângulos da parte externa do carro, painel e bancos, de preferência em um local aberto e com iluminação natural.

Se não quer mostrar a placa, use um editor de imagens para ocultá-la, mas deixe ao menos as letras e o último número à mostra, para que o interessado saiba a origem do carro e o dia do rodízio. Nada de fotos cortadas, que mostrem mais o fundo do que o carro! É inacreditável como tem fotos ruins nos anúncios...

Descreva bem seu veículo e valorize os opcionais e diferenciais dele. Informe a situação da documentação do carro e o nome da seguradora, caso esteja coberto por alguma. Caso tenha algum histórico indesejado, como sinistro ou leilão, deixe isso bem claro, além de obviamente pedir um valor pelo carro.

Não crie revisões que não foram feitas, não diga que é único dono se não for, nem coloque uma quilometragem abaixo da real para chamar a atenção. Já perdi muito tempo avaliando carros anunciados de maneira errada, e isso é extremamente desagradável.

Estude o preço de tabela do seu carro no site da Fipe ou da KBB - lembrando que a referência de ano é sempre a do modelo, e não a de fabricação - e também o preço de similares anunciados, com quilometragens próximas. Peça um valor dentro da realidade desse mercado, se de fato quiser vender o carro.

O que não faltam são classificados de todos os tipos na internet: gratuitos, pagos, regionais, especializados, entre outros. Os maiores e mais conhecidos conseguem atingir um bom número de pessoas, mas nem sempre isso se converte em vendas. Ultimamente, percebo que as redes sociais estão bem fortes nesse ponto, principalmente o Instagram. Vale a pena procurar um perfil focado no segmento do seu carro.

Se achar que os interessados não estão aparecendo, avalie se não há algo que não foi feito, dos itens listados acima. Um carro bem apresentável, bem descrito e com o preço certo, certamente vai encontrar um comprador para ele.

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