Topo
Notícias

Brasil é vítima de "campanha brutal" contra política ambiental, diz Bolsonaro

22/09/2020 16h34

Nações Unidas, 22 set (EFE).- O presidente Jair Bolsonaro abriu os discursos da 75ª Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira, com uma firme defesa das políticas para o meio ambiente e afirmou que o governo brasileiro é vítima de "uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal".

"O Brasil desponta como o maior produtor mundial de alimentos. E, por isso, há tanto interesse em propagar desinformações sobre o nosso meio ambiente", disse Bolsonaro em mensagem gravada e enviada à ONU, que, pela primeira vez, realiza o evento de forma remota, devido à pandemia de Covid-19.

Com a gestão ambiental na mira da comunidade internacional desde 2019, devido aos focos de incêndio e ao desmatamento na Amazônia, o governo brasileiro agora lida com as queimadas no Pantanal.

"A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil", denunciou.

Segundo o mandatário, o Brasil é líder "em conservação de florestas tropicais" e tem "a matriz energética mais limpa e diversificada do mundo".

"Garantimos a segurança alimentar a um sexto da população mundial, mesmo preservando 66% de nossa vegetação nativa e usando apenas 27% do nosso território para a pecuária e agricultura. Números que nenhum outro país possui. O Brasil desponta como o maior produtor mundial de alimentos. E, por isso, há tanto interesse em propagar desinformações sobre o nosso meio ambiente", argumentou.

COVID-19 E DESEMPREGO.

No início do discurso, Bolsonaro disse "lamentar cada morte ocorrida" por causa da Covid-19 e que, no início da pandemia, alertou que o país "tinha dois problemas para resolver: o vírus e o desemprego, e que ambos deveriam ser tratados simultaneamente e com a mesma responsabilidade".

O presidente afirmou que "por decisão judicial, todas as medidas de isolamento e restrições de liberdade foram delegadas a cada um dos 27 governadores" e que a ele "coube o envio de recursos e meios a todo o país".

Sem mencionar os números da Covid-19 no Brasil (mais de 137 mil mortes e 4,5 milhões de casos), o mandatário declarou que, entre as medidas adotadas durante a crise sanitária, o governo concedeu auxílio emergencial em parcelas que somam aproximadamente US$ 1 mil para 65 milhões de pessoas.

VENEZUELA E LUTA POR DEMOCRACIA.

Bolsonaro também mencionou a crise na Venezuela e reforçou suas críticas à "ditadura bolivariana", a defesa da democracia, dos direitos humanos e da liberdade religiosa.

O governo brasileiro, segundo o presidente, trabalha na América Latina pela preservação da ordem democrática: "A liberdade é o maior bem da humanidade", frisou, ao pedir ao mundo uma ampla liberdade religiosa e o "combate à cristofobia".

"Não é só na preservação ambiental que o país se destaca. No campo humanitário e dos direitos humanos, o Brasil vem sendo referência internacional pelo compromisso e pela dedicação no apoio prestado aos refugiados venezuelanos, que chegam ao Brasil a partir da fronteira no estado de Roraima", mencionou.

O presidente destacou que "a cooperação entre os povos não pode estar dissociada da liberdade": "O Brasil tem os princípios da paz, cooperação e prevalência dos direitos humanos inscritos em sua própria Constituição, e tradicionalmente contribui, na prática, para a consecução desses objetivos", acrescentou. EFE

ed/vnm

Notícias