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Você sabe para onde vão seus investimentos?

do UOL

18/09/2020 04h00

Quando você faz um investimento, está "comprando" no presente a tranquilidade de saber que terá um futuro muito mais seguro. É só abrir conta em uma corretora, decidir quanto vai investir naquele mês, escolher um investimento alinhado ao seu perfil de risco e prazo de resgate e, no final, pegar o dinheiro de volta com o adicional do rendimento da sua aplicação.

Mas você sabe o que acontece com seu dinheiro investido para que ele retorne mais gordinho para sua conta depois de um tempo?

Quase ninguém para para pensar nisso, mas em cada investimento seu dinheiro está sendo usado de uma maneira diferente. E é importante saber disso!

Você também gostaria de saber o que está sendo feito com seu dinheiro investido? Eu, particularmente, quero saber se meu dinheiro vai para o governo gastar com despesas públicas, se vai para o banco fazer empréstimos aos clientes, ou se vai para setores produtivos, fomentando a criação de empregos.

Eu sou César Esperandio, economista do Econoweek, a tradução da economia. Nesse artigo e no vídeo acima, vou traduzir o que é feito com o dinheiro do seu investimento para você poder escolher de maneira mais consciente onde quer investir de fato.

Vou falar do Tesouro, CDB, ações e outros investimentos, que muitos podem conhecer, mas não sabem para onde vai o dinheiro investido.

Tesouro Direto

Dentro do Tesouro Direto, há vários investimentos diferentes: o Tesouro Selic, o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA+.

Ao investir em qualquer um deles, você está emprestando seu dinheiro para o governo fazer praticamente o que quiser com ele, desde que devolva para você, no prazo combinado, acrescido de um dinheiro extra, que são os rendimentos.

O governo faz uma dívida com você para pegar seu dinheiro e gastar com projetos de saúde, educação, moradia, transporte, entre outros.

É um investimento muito seguro, mas, na minha opinião, é muito mal utilizado. É só olhar para a qualidade dos serviços públicos que a gente tem disponível. O que você acha?

CDB

Outro investimento que todo mundo conhece é o CDB, sigla de Certificado de Depósito Bancário. Ele não é tão diferente dos títulos do Tesouro Direito: também são títulos de renda fixa e são bastante seguros, já que há garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para investimentos de até R$ 250 mil em uma única instituição financeira.

Uma das diferenças é que, em vez de emprestar para o governo, ao investir em um CDB você está emprestando seu dinheiro para um banco. E eles também podem fazer o que quiserem com seu dinheiro.

Os bancos podem emitir CDB a hora que bem entenderem e para usar desde em empréstimos a outros clientes, para fortalecer o caixa ou qualquer outra coisa que precisarem. Esses são os motivos de vermos tantos CDBs por aí.

LCI e LCA

Não são todos os investimentos nos quais o dinheiro pode ser usado em qualquer coisa. As LCIs e LCAs também são investimentos de renda fixa emitidos por bancos, mas o dinheiro precisa ter como contrapartida um direcionamento para ser utilizado no agronegócio, no caso da LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), ou no setor imobiliário, no caso da LCI (Letra de Crédito Imobiliária).

Então, ao investir nessa modalidade, você sabe que está fomentando esses mercados, seja para a construção de um prédio, de um shopping, de colheitas de milho e soja, e por aí vai.

As LCIs e LCAs também são garantidas pelo FGC e não têm incidência de Imposto de Renda. Mas, se quiser saber mais sobre isso, e só deixar um comentário que posso voltar a explorar esse assunto em outro episódio.

CCB

Uma modalidade de investimentos de renda fixa que está crescendo bastante nas fintechs são as CCBs (Cédulas de Crédito Bancário), que têm alguns diferenciais.

São emitidas por uma empresa ou pessoa física em favor de uma instituição financeira, mas já há um destino certo desse investimento e pode haver uma garantia real em contrapartida, como um imóvel. O CCB é atrelado a uma operação de crédito.

Ao investir nisso, você normalmente está emprestando seu dinheiro a uma empresa para que ela use, por exemplo, na expansão de seus negócios, em novos projetos e na geração de novos empregos. Vale lembrar que, neste caso, não há garantia do FGC.

Ações

As ações são outra modalidade de investimentos que estão ganhando cada vez mais popularidade. Elas não se enquadram nos investimentos de renda fixa porque não há como ter previsibilidade de seus rendimentos no momento da aplicação.

As ações estão no grupo dos investimentos de renda variável e, diferentemente da renda fixa, você não está emprestando seu dinheiro nem para o governo nem para qualquer banco ou empresa.

Na prática, você está comprando um pedacinho da sociedade da empresa representada por aquela ação e, por isso, está fomentando o crescimento dessa companhia.

Se, no lançamento da ação no mercado, chamado de oferta pública inicial ou IPO, você comprar uma ação do Magazine Luiza, possivelmente está incentivando o crescimento das operações de lojas online e, ao investir na ação da Weg, possivelmente está direcionando seu dinheiro para fomentar o crescimento de operações como a produção de equipamentos elétricos, automação ou distribuição de energia.

E, se escolher a ação de uma empresa saudável e bem gerida, a tendência é que ela se valorize e você ainda receba a distribuição periódica de lucros aos acionistas, que é chamada de dividendos.

Como escolher seus investimentos?

Há diversas maneiras de escolher onde irá investir, e a recomendação que sempre faço é que não esqueça da diversificação, que lhe garantirá riscos muito menores. Lembra do ditado "não coloque todos os ovos em um único cesto"? É disso que estou falando.

Vamos a algumas dicas de onde encontrar diferentes investimentos:

  • Para encontrar os títulos com os melhores retornos, o App Renda Fixa é um aplicativo que mostra todas as opções de investimentos, disponíveis em todas as corretoras, depois que você informar quanto quer investir e por quanto tempo;
  • Há ainda investimentos de renda fixa alternativos, tais como os CCBs da MatchMoney, com selo de segurança da ABFintechs e rendimentos acima de 500% do CDI;
  • A corretora Toro dispõe de uma maneira de investir em ações sem precisar do home broker, que muitas vezes é um "complicômetro" para quem ainda não está habituado com a Bolsa, além de não cobrar taxa de corretagem na compra e venda de ações.
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