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Governo dos EUA proíbe que aplicativo chinês TikTok seja baixado no país

18/09/2020 15h28

O governo norte-americano anunciou, nesta sexta-feira (18), a proibição dos aplicativos TikTok e WeChat no país. A medida, que entra em vigor em durante o fim de semana, é mais um episódio na escalada de tensões entre os Estados Unidos e a China, país de origem das duas redes sociais.

Os Estados Unidos afirmam que o aplicativo de compartilhamento de vídeos TikTok representa um perigo para o país e está fazendo pressão para que o dispositivo seja comprado por uma empresa norte-americana. Já a plataforma WeChat, que pertence à gigante chinesa Tencent, é onipresente na vida do povo chinês para mensagens, pagamentos remotos e reservas, entre outros usos.

Para Washington, "o Partido Comunista da China mostrou que tem os meios e a intenção de usar esses aplicativos para ameaçar a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos", disse o departamento norte-americano em um comunicado.

"O presidente [Donald Trump] estabelece até 12 de novembro para resolver os problemas de segurança nacional gerados pelo TikTok. As proibições podem ser levantadas, se necessário", disse o Departamento do Comércio nesta sexta-feira. Em relação ao WeChat, principal rede social da China, um funcionário do departamento disse que o aplicativo "estará fechado" no país a partir de meia-noite de segunda-feira.

No entanto, concretamente as medidas anunciadas por Washington não bloqueiam totalmente o sistema de compartilhamento de vídeos. "Em relação ao TikTok, a única verdadeira mudança de domingo à noite é que não será possível ter acesso a atualizações ou manutenção do aplicativo", explicou o secretário de Comércio, Wilbur Ross, à Fox Business. Isso significa que em breve os usuários terão que lidar com um serviço menos eficaz no aplicativo, o que pode torná-lo menos atraente.

TikTok promete combater a repressão de Washington

A medida foi criticada pelo TikTok, que prometeu combater a repressão contínua do governo Trump à empresa. "Discordamos da decisão do Departamento do Comércio", disse a direção do aplicativo, acrescentando que está "decepcionado" com a proibição de novos downloads, que impede uma ferramenta "de entretenimento, auto-expressão e conexão".

Ross garantiu que "o TikTok básico permanecerá intacto até 12 de novembro". Mas se não houver acordo antes dessa data, o aplicativo "será fechado".

Dessa forma, os Estados Unidos cumprem a ameaça feita por Trump contra esses dois aplicativos chineses, em um contexto de grandes tensões entre os dois gigantes econômicos. No início de agosto, o presidente já havia imposto um ultimato ao TikTok, acusado por ele de espionagem industrial por parte de Pequim, sem mostrar publicamente evidências tangíveis.

Trump deu à sua empresa matriz, ByteDance, até 20 de setembro, ou seja, este domingo, para vender as atividades do TikTok nos Estados Unidos a uma empresa "made in USA" (pertencente aos EUA). No entanto, dois dias antes da data limite, as negociações ainda não deram frutos.

Um primeiro projeto que envolvia a Microsoft e o gigante de distribuição Walmart foi rejeitado pela empresa chinesa no fim de semana passado. Na segunda-feira (14), o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, formalizou o nome de um novo sócio potencial, Oracle, com sede na Califórnia.

Alguns sites e jornais mencionam uma participação minoritária (até 20%, segundo a CNBC) por parte da Oracle, especializada em software e serviços para empresas. A ByteDance conservaria a maior parte da participação. O gigante dos supermercados Walmart também anunciou que pretende participar do novo projeto. Mas especialistas apontam a dificuldade de encontrar um acordo que possa satisfazer simultaneamente os interesses das duas principais potências mundiais.

No pano de fundo do caso TikTok está a batalha travada entre Estados Unidos e China pelo domínio tecnológico. O aplicativo de compartilhamento de vídeos é bastante popular entre os adolescentes e tem cerca de 100 milhões de usuários só nos Estados Unidos e 1 bilhão em todo o mundo.

(Com informações da AFP)

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