Canadá descarta acordo de livre-comércio com a China, afirma seu chanceler
Ottawa, 18 Set 2020 (AFP) - O Canadá descartou a possibilidade de fechar um acordo de livre-comércio com a China, em plena crise diplomática entre Ottawa e Pequim, anunciou o chefe da diplomacia canadense nesta sexta-feira (18).
"A China de 2020 não é a China de 2016", justificou o ministro das Relações Exteriores, François-Philippe Champagne, em uma entrevista ao jornal Globe and Mail.
A conclusão de um acordo de livre-comércio com a China era uma prioridade do governo de Justin Trudeau em sua chegada ao poder em 2015.
As negociações iniciadas em 2016 ficaram paralisadas após a prisão em Vancouver de uma diretiva da gigante da tecnologia chinesa Huawei em 1 de dezembro de 2018, seguida pela prisão de dois canadenses na China alguns dias depois.
"Não acredito que haja condições para continuar essas negociações", disse Champagne, que criticou a diplomacia "coercitiva" de Pequim.
Em junho, a China acusou formalmente os canadenses Michael Kovrig, um ex-diplomata que trabalhava em Pequim, e o assessor e empresário Michael Spavor, especialista sobre a Coreia do Norte.
"Nossa prioridade é trazer os dois Michael para casa", afirmou o chanceler canadense.
A diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, presa a pedido dos Estados Unidos, está em liberdade condicional no Canadá, à espera de uma decisão sobre sua possível extradição ao país vizinho.
Washington a acusa de ter contornado as sanções americanas contra o Irã.
Trudeau e seu homólogo chinês, Li Keqiang, iniciaram "negociações preliminares" sobre o livre comércio em setembro de 2016, com a esperança para a China de fechar seu primeiro acordo deste tipo com um país do G7.
A China é o segundo parceiro comercial do Canadá, muito atrás dos Estados Unidos, mas os intercâmbios bilaterais estão aumentando, apesar do conflito diplomático e da pandemia de coronavírus.
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