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Advogado de Vizcarra pede ao Congresso peruano que rejeite a moção de impeachment

18/09/2020 16h51

Lima, 18 Set 2020 (AFP) - A defesa do presidente peruano, Martín Vizcarra, instou o Congresso a rejeitar a moção de impeachment, debatido pelos parlamentares e com votação prevista para esta sexta-feira(18) no âmbito de um julgamento político por suposta obstrução à justiça.

"Proponho que o pedido de vacância seja indeferido por motivo de incapacidade moral. É evidente que esta moção padece de uma qualificação mínima elementar dos fatos", disse o advogado Roberto Pereira em seu pronunciamento perante o Congresso.

"Para romper a vontade popular e destituí-lo do cargo é preciso ser absolutamente objetivo e sério", acrescentou.

Vizcarra corre o risco de ser destutído pelo Congresso a 10 meses do fim do seu mandato.

Ele é acusado de instar duas assessoras a mentir em uma investigação sobre os contratos de um cantor, com base em áudios que vazaram há oito dias.

A divulgação das gravações levou o Parlamento a abrir um processo de destituição por "incapacidade moral".

O debate pode durar várias horas, antes da votação sobre a destituição do engenheiro de 57 anos, sem vínculos com a elite política e econômica de Lima.

No início do debate, a deputada María Teresa Céspedes, porta-voz da conservadora Frente Popular Agrícola do Peru (Frepap), disse que sua bancada apoiaria a moção de impeachment.

"É preciso que o Congresso execute a vacância", disse Céspedes, cuja bancada soma 15 votos.

O parlamentar Daniel Urresti, do Podemos Peru (direita), disse que o "presidente carece de liderança na questão da segurança", mas garantiu que Vizcarra continuará no cargo porque os votos necessários para destituí-lo não serão alcançados.

O Congresso precisa de 87 votos, de um total de 130 parlamentares, para destituir Vizcarra, um presidente de centro-direita que não tem partido nem bancada, mas mantém altos níveis de popularidade.

Se o presidente for destituído, o chefe do Congresso, o opositor Manuel Merino, um político discreto quase desconhecido dos peruanos, deve assumir o cargo.

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