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Década de 2010 a 2019 foi a mais quente da história, aponta relatório

O ano passado, por si só, foi o terceiro mais quente ? perdendo apenas para 2016 e 2015 - Getty Images
O ano passado, por si só, foi o terceiro mais quente ? perdendo apenas para 2016 e 2015 Imagem: Getty Images
do UOL

Do UOL, em São Paulo

14/08/2020 18h57Atualizada em 14/08/2020 20h22

Mantendo a tendência iniciada nos anos 1980, a década de 2010 a 2019 foi a mais quente da história, segundo o último relatório "State of the Climate" publicado pela Sociedade Americana de Meteorologia (AMS, na sigla em inglês).

O ano passado, por si só, foi o terceiro mais quente — perdendo apenas para 2016, marcado pelo El Niño, e 2015, de acordo com alguns conjuntos de dados. Os gases do efeito estufa na atmosfera também estão nos níveis mais altos já registrados desde o início da série histórica, há 140 anos.

"Todos os anos depois de 2013 foram mais quentes que os anteriores. Cada década desde 1980 foi mais quente que a antecedente, sendo a temperatura desta última (2010 a 2019) 0,2 ºC mais alta que a da anterior (2000 a 2009)", explica o documento.

Esse aquecimento, registrado tanto na superfície terrestre quanto nos oceanos, se reflete em todo o planeta. As temperaturas do permafrost (tipo de solo encontrado na região do Ártico), por exemplo, subiram; as geleiras continuam diminuindo, tornando-se mais finas pelo 32º ano consecutivo.

As consequências ainda incluem menos registros de frio extremo e mais de calor extremo, com regiões da Europa e da Ásia vivenciando ondas de calor. Na Austrália, a baixa umidade e as altas temperaturas ainda causaram incêndios devastadores, que deixaram 34 mortos e obrigaram bilhões de animais a se deslocarem.

Números de 2019

Furacão Dorian - NOAA/AFP - NOAA/AFP
Imagem de satélite mostra furacão Dorian se aproximando das Bahamas, em agosto de 2019
Imagem: NOAA/AFP

Em 2019, a temperatura média da superfície do mar foi a segunda maior já registrada, ficando atrás apenas de 2016. O nível do mar também subiu pelo oitavo ano consecutivo, e agora está quase nove centímetros acima da média de 1993 (ano em que essa métrica começou a ser considerada).

A presença de gases do efeito estufa na atmosfera também aumentou no ano passado. O nível de gás carbônico (CO2) chegou a 409.8 ppm (partes por milhão) — o maior desde que nova metodologia foi adotada, há 61 anos.

O período ainda foi marcado pelo maior número de ciclones: ao todo, foram 96 fenômenos em 2019, acima da média de 82 registrada entre 1981 e 2010. Cinco desses ciclones atingiram a categoria 5, a mais alta na escala Saffir-Simpson. Um deles, o furacão Dorian, deixou 74 mortos e prejuízo de US$ 3,4 bilhões nas Bahamas.

Robert Dunn, um dos principais editores do relatório, disse em comunicado que os números de 2019 indicam que o clima global "continua mudando rapidamente".

"Uma série de eventos extremos, como incêndios florestais, ondas de calor e secas, têm pelo menos parte de sua raiz ligada ao aumento da temperatura global. E, claro, o aumento da temperatura global está ligado a outro indicador climático: o aumento contínuo das emissões de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono, óxido nitroso e metano."

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