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ONGs alertam sobre perigos de desinfetante usado em prisões para imigrantes nos EUA

13/08/2020 21h02

Washington, 14 Ago 2020 (AFP) - Um tipo de desinfetante usado em prisões de imigrantes nos Estados Unidos por causa do coronavírus está associado a vários riscos à saúde, incluindo ataques de asma, bolhas na pele, alergias e efeitos genotóxicos. A denúncia foi feita nesta quinta-feira (13) por diversas organizações.

A denúncia se concentra nas condições do centro de detenção de imigrantes irregulares de Adelanto, Califórnia, administrado pela empresa privada GEO, em um momento em que a pandemia de COVID-19 representa uma séria ameaça às pessoas detidas.

Segundo a Earthjustice, uma das entidades autoras da denúncia, nesta unidade é utilizada uma substância chamada 'HDQ Neutral' como desinfetante. O produto apresenta riscos de irritação respiratória, inflamação, infertilidade e malformações congênitas em bebês cujas mães tenham estado em contato durante a gestação, mesmo depois que a exposição ativa já acabou.

"Todos os dados indicam que a exposição ao HDQ Neutral tem efeitos nocivos e prejudiciais à saúde", disse Raúl García, especialista da Earthjustice, em entrevista coletiva. De acordo com a organização, um dos ingredientes ativos da substância pode danificar o DNA de uma pessoa.

García afirmou que, devido ao surto do novo coronavírus neste centro de detenção de imigrantes, este produto químico é aplicado a cada 15 ou 30 minutos nas instalações, durante todo o dia e a noite.

O congressista democrata Mark Takano, da Califórnia, argumentou na entrevista coletiva que uma maneira racional de resolver esse problema seria "reduzir o número de pessoas detidas". Em julho, Takano enviou uma carta à Imigração e Alfândega dos EUA (ICE),alertando sobre os riscos do uso do HDQ em ambientes fechados.

A ONG Clue Justice chamou atenção para casos de alergias e erupções cutâneas neste mesmo centro da Califórnia após as desinfecções.

Nos Estados Unidos, país com mais mortes por coronavírus no mundo, há 4.531 casos confirmados de COVID-19 em centros de detenção de imigrantes, que no total estão com 21.118 pessoas detidas.

an/gma/ic

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