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Alemanha é cética com vacina russa e critica falta de transparência

12/08/2020 13h21

Berlim, 12 ago (EFE).- O ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, mostrou-se nesta quarta-feira cético em relação à vacina russa contra a Covid-19, a primeira registrada mundialmente, ao se referir à falta de transparência por parte das autoridades de Moscou.

"O problema é que sabemos muito pouco, porque as autoridades russas não agem de forma muito transparente", disse o ministro, em entrevista à emissora de rádio "Deutschlandfunk", afirmando estar vendo a vacina russa "com grande ceticismo", entre outras coisas, pois a fase 3 do estudo não foi realizada.

Spahn alertou que, na ausência do estudo clínico entre milhares de voluntários, "pode ser perigoso começar a vacinar milhões, senão bilhões de pessoas cedo demais", pois se der errado, pode causar muitos danos à aceitação pública das vacinas.

"Eu ficaria muito feliz se tivéssemos uma boa primeira vacina, mas depois de tudo que sabemos - e esse é o problema subjacente, os colegas russos nos dizem muito pouco - ela não está suficientemente comprovada", afirmou.

Ele também criticou que "não se trata de ser o primeiro", mas de ter "uma vacina eficaz e comprovada e, portanto, também segura" para imunizar a população. "E essa é a parte importante", frisou.

Para se ter confiança em uma vacina é muito importante, também no caso de uma pandemia como o coronavírus, "fazer os estudos de uma forma limpa, realizar os testes correspondentes e, sobretudo, torná-los públicos", reiterou Spahn.

O presidente russo, Vladimir Putin, garantiu ontem que a vacina, registrada naquele mesmo dia no Ministério da Saúde e que será comercializada sob o nome de Sputnik V, é "suficientemente eficaz", "cria imunidade estável" e "passou por todas as verificações necessárias".

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