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Empresas francesas doam toneladas de alimentos, remédios e materiais para reconstruir Beirute

11/08/2020 13h03

A renúncia do governo libanês na segunda-feira (10), após a trágica explosão no porto de Beirute, abriu uma fase de negociações e debates para determinar quem assumirá a gestão do país. Enquanto esta delicada costura política e diplomática ocorre nos bastidores, empresas francesas dos setores público e privado se mobilizam para enviar ajuda humanitária à capital libanesa.

O governo francês implementou uma ponte aérea e marítima entre Paris, Marselha, Toulon e Beirute, que deve permitir o envio de mais de 18 toneladas de material médico e cerca de 700 toneladas de alimentos para a capital libanesa, segundo o Ministério das Relações Exteriores.

Aviões militares franceses já transportaram para Beirute três postos de saúde móveis e 16 toneladas de remédios para tratar mais de mil feridos. O material foi distribuído para quatro hospitais que estão na linha de frente no atendimento aos feridos, bem como às Forças Armadas Libanesas e à Cruz Vermelha.

A Fundação Sanofi Espoir (Sanofi Esperança, em português) forneceu quatro toneladas de medicamentos e vacinas. O grupo farmacêutico informou em nota que a ONG Première Urgence International, que está há muito tempo no Líbano, distribuirá alguns de seus kits. A França também participará da reconstrução de hospitais danificados pela explosão - ? 1 milhão serão destinados ao hospital Rafiq Hariri, ? 1 milhão para centros de saúde da rede primária e pelo menos ? 10 milhões para a Cruz Vermelha Libanesa.

O grupo Carrefour e sua fundação também enviaram de avião 40 toneladas de alimentos não perecíveis (farinha, macarrão, arroz, enlatados, etc.). Os grupos privados Nutriset (16 toneladas de suplementos alimentares), Elle & Vire (10 toneladas de produtos lácteos) também estão entre os contribuintes do setor privado. Produtores de farinha doaram 500 toneladas do produto. Um agricultor de cereais do norte da França lançou uma campanha no Twitter para incentivar outros produtores locais a doar "uma tonelada de trigo", cada um, ao Líbano. O Ministério da Agricultura estuda o embarque a longo prazo de 20 mil toneladas de trigo (armazenadas em Nantes) e 20 mil toneladas de farinha (disponíveis em Rouen).

A explosão de 4 de agosto deixou 160 mortos, 6 mil feridos e uma cidade com vários bairros reduzidos a ruínas. Dezenas de pessoas permanecem desaparecidas, entre elas pelo menos três bombeiros que tentavam apagar o incêncio no armazém onde estavam 2.750 toneladas de nitrato de amônio, uma substância explosiva em altas concentrações. Os bombeiros provavelmente foram vítimas da deflagração, mas as famílias reclamam seus corpos.

O fututo político do país segue indefinido. A conferência de doadores, copatrocinada pela ONU e o presidente francês, Emmanuel Macron, no domingo (9), reuniu e 250 milhões em doações, mas sob certas condições.

Setenta e seis escolas foram atingidas pela explosão

Entre 200 mil e 300 mil moradias foram afetadas pela explosão, e o porto de Beirute precisa ser reconstruído. Quatro dias após a tragédia, o grupo Saint-Gobain enviou 19 toneladas de materiais de construção, como placas de gesso, lã de vidro e placas de forro para as primeiras obras de emergência. Um cargueiro fretado pela Marinha francesa deve transportar mais material nos próximos dias. As Forças Armadas também enviarão 30 veículos e equipamentos de engenharia para uso nas obras. Um navio da companhia de transporte de carga CMA-CGM, fundada pelo empresário libanês Jacques Saadé, morto em 2018, levará de Marselha para Beirute equipamentos médicos e produtos de primeira necessidade arrecadados por ONGs parceiras da fundação do transportador marítimo.

A Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) destinará ? 2 milhões necessários para a realização de obras em 76 escolas públicas afetadas pela catástrofe. Um comitê independente definirá as especificações para a reconstrução do patrimônio de Beirute, com especialistas libaneses, franceses e internacionais.

Desde a semana passada, 55 agentes da segurança civil francesa participam, em Beirute, das operações de remoção dos escombros. Cinquenta policiais e militares franceses atuam nas investigações sobre as causas da explosão e na identificação das vítimas. Três mergulhadores da polícia técnica e científica também estão mobilizados na área do porto. Cinco especialistas em riscos nuclear, radiológico, biológico e químico, bem como imagens captadas por satélites franceses foram fornecidos para as necessidades da investigação.

Com informações da AFP

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