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Afeganistão decide libertar últimos 400 prisioneiros do Talibã

09/08/2020 15h59

Cabul, 9 ago (EFE).- A grande consulta convocada pelo governo do Afeganistão, denominada Loya Jirga ou grande assembleia de anciãos e elites políticas, decidiu neste domingo libertar os últimos 400 prisioneiros talibãs a fim de iniciar as negociações de paz.

"Para remover os obstáculos que dificultam o início das negociações intra-afegãs, para evitar mais derramamento de sangue no país e para o bem-estar do povo, a Jirga aprova a sugestão de libertar os 400 talibãs presos", disse a assembleia em um comunicado.

Os insurgentes de origem estrangeira serão "entregues aos seus respectivos países" após a obtenção das garantias necessárias, recomendou a Jirga.

Mais de 3,2 mil líderes de diferentes grupos sociais, 30% deles mulheres, participaram de uma consulta iniciada na última sexta-feira em Cabul sob medidas extraordinárias de segurança.

O governo resistiu à libertação desses últimos presos, que têm antecedentes criminais como homicídio, sequestro, tráfico de drogas e crimes morais.

De acordo com o acordo assinado pelos Estados Unidos e pelo Talibã, em Doha, no mês de fevereiro, o governo deveria libertar 5 mil prisioneiros insurgentes, enquanto os talibãs libertariam mil membros das forças afegãs.

A formação insurgente completou a libertação de seus prisioneiros em 30 de julho, em uma polêmica troca que está atrasada há meses e tornou-se no principal obstáculo nas negociações de paz.

A Jirga pediu ao Talibã para assegurar que esses 400 prisioneiros não voltem ao campo de batalha, bem como a libertação "de todos os prisioneiros civis e militares de suas prisões".

O presidente afegão, Ashraf Ghani, disse em seus comentários finais à grande consulta que assinará o decreto para libertar esses 400 prisioneiros do Talibã.

O governo afegão e os insurgentes esperam chegar a um acordo político que ponha fim aos 19 anos de guerra no país asiático, iniciada em 2001 com a invasão dos EUA e a expulsão do Talibã do poder.

O acordo de paz assinado em Doha entre os insurgentes e Washington fixou um prazo de 14 meses para a saída das tropas aliadas do país.

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