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Inteligência dos EUA vê China contra Trump e Rússia agindo contra Biden

Presidente dos EUA, Donald Trump - CHERISS MAY
Presidente dos EUA, Donald Trump Imagem: CHERISS MAY
do UOL

Do UOL, em São Paulo*

08/08/2020 09h36

Os serviços de inteligência dos Estados Unidos informaram ao Congresso do país que a China tenta interferir nas eleições de novembro para que o atual presidente, Donald Trump, seja derrotado, e que a Rússia visa difamar o candidato opositor, Joe Biden.

"Avaliamos que a China prefere que o presidente Trump - que Pequim vê como imprevisível - não consiga a reeleição", disse William Evanina, diretor do Centro Nacional de Contra-Inteligência e Segurança, em comunicado.

Os relatórios de inteligência, segundo Evanina, apontam que a Rússia está usando uma série de medidas para difamar o ex-vice-presidente e candidato pelo Partido Democrata, Joe Biden, a quem veem como um "aparelho antirrusso". O centro de contra-espionagem dirigido por Evanina faz parte do Escritório do Diretor de Inteligência Nacional, que reúne os principais serviços de espionagem do país.

"Estamos compartilhando informações adicionais com o público sobre as intenções e atividades de nossos adversários em relação às eleições de 2020. Essas informações estão sendo divulgadas para melhor informar os americanos para que eles possam desempenhar um papel crítico na proteção de nossas eleições", acrescentou.

Evanina disse que a China tem expandido os seus esforços de influência, antes das eleições de novembro, para tentar influenciar a política nos EUA, mas apresentou bem menos evidências de uma possível interferência. "Embora a China continue a ponderar os riscos e benefícios de uma ação agressiva, a sua retórica pública nos últimos meses tem se tornado cada vez mais crítica em relação à resposta à pandemia de covid-19 dada pelo atual governo dos EUA, com o fechamento do consulado da China em Houston", afirmou.

Poucos minutos depois, a Casa Branca emitiu uma declaração ressaltando que "não tolerará interferência estrangeira no processo eleitoral" e advertindo que "responderá a ameaças maliciosas vindas do exterior que ataquem as instituições democráticas americanas".

Trump, que sempre descartou com veemência qualquer interferência da Rússia na eleição de 2016, também rejeitou a informação de que a Rússia esteja lhe ajudando. "Acho que a última pessoa que a Rússia quer ver no cargo é Donald Trump, porque ninguém foi mais duro com a Rússia do que eu fui - jamais", declarou. "Se Biden for presidente, a China vai ser dona do nosso país", acrescentou.

Relação com o Irã

As declarações da inteligência dos EUA também refletem temores em relação ao Irã e alertam que forças estrangeiras podem tentar comprometer a infraestrutura da eleição, interferir no processo de votação ou questionar resultados. Apesar de tudo isso, os serviços de inteligência consideram improvável que alguém consiga manipular votos, disse Evanina.

Ele disse que o Irã também está envolvido "em uma campanha de interferência para dividir o país e minar as instituições democráticas". "Os esforços do Irã nesse sentido provavelmente vão se concentrar na influência online, como a divulgação de desinformação nas redes sociais e a divulgação de conteúdos anti-EUA", escreveu Evanina no comunicado.

"A motivação de Teerã para conduzir essas atividades é, em parte, impulsionada por uma percepção de que a reeleição do presidente Trump resultará numa continuação da pressão dos EUA sobre o Irã, num esforço para fomentar a mudança de regime."

As eleições presidenciais nos EUA, nas quais Trump, pelo Partido Republicano, tentará o segundo mandato, e Biden, recolocar os democratas na presidência, está marcada para o dia 3 de novembro.

*Com informações da Efe e Deutsche Welle

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