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EUA cria 1,8 milhão de vagas em julho e desemprego cai para 10,2%

07/08/2020 13h02

Washington, 7 Ago 2020 (AFP) - A economia americana criou 1,8 milhão de empregos em julho, um pouco menos do que o esperado, no momento em que a retomada da atividade se desacelerou pelo ressurgimento da COVID-19 em grande parte do país - anunciou o governo nesta sexta-feira (7).

Com o aumento dos casos de COVID-19 em vários estados nas últimas semanas, entre eles Califórnia, Texas e Flórida, as novas restrições para conter o vírus obrigaram algumas empresas a fecharem suas portas de novo. Muitas encerraram suas atividades de forma definitiva, o que aumenta a preocupação de uma piora no mercado de trabalho.

O Departamento do Trabalho americano informou que a taxa de desemprego para julho caiu para 10,2%, um pouco abaixo dos 10,5% previstos pelos analistas. Em junho, foi de 11,1%.

Agora está longe dos 14,7% de abril, mas ainda bem acima dos 3,5% registrados em fevereiro, o nível mais baixo em 50 anos.

A pasta ressaltou, porém, que alguns trabalhadores continuam sendo erroneamente classificados na pesquisa e que, por isso, o índice de desemprego teria sido um ponto acima do que o reportado.

Esta taxa "provavelmente não diminuirá muito" antes da eleição presidencial de 3 de novembro, "e o desemprego se manterá perto de 10%", antecipou o economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, Ian Shepherdson.

A taxa de desemprego para os trabalhadores negros, de 14,6%, continua sendo muito mais alta do que a taxa nacional e muito superior à dos trabalhadores brancos, de 9,2%. Entre os hispânicos, a taxa de desemprego de julho foi de 12,9%, registrando uma queda em relação a junho (14,5%), mas também acima do índice nacional.

- Perda de impulsoEm busca da reeleição em novembro, o presidente Donald Trump celebrou o anúncio. "Grandes números de emprego!", tuitou.

Segundo os dados do Departamento do Trabalho, cerca de metade daqueles postos em demissão temporária no final de março - quando a pandemia foi declarada no país, e as medidas de contenção começaram a ser aplicadas - foi recontratada.

As demissões em março e em abril foram tão altas, porém, que a criação de emprego em maio e em junho ainda deixa milhões de americanos sem trabalho.

A alta de empregos em julho mostrou uma forte desaceleração desde o aumento de 4,8 milhões em junho e de 2,7 milhões em maio. Isso representa a recuperação de menos da metade dos 22 milhões de empregos perdidos durante a pandemia declarada em meados de março.

Cerca de um terço dos empregos criados em julho foi nos setores de lazer e hotelaria, muito afetados pela pandemia da COVID-19.

Também muito atingidos, bares e restaurantes criaram 502.000 vagas, uma marcada desaceleração em comparação com o ocorrido em maio e junho, quando foram criados 2,9 milhões de empregos nesse ramo. E o setor perdeu 2,6 milhões de vagas na comparação com fevereiro, antes do "Grande confinamento".

Vagas também surgiram no serviço público, no comércio varejista, nos serviços comerciais e de atenção à saúde.

A criação de menos empregos mostra "uma desaceleração no ritmo da recuperação do mercado de trabalho. Sem apoio orçamentário adicional, a economia em seu conjunto corre o risco de perder impulso", disseram analistas da Oxford Economics.

O número de pessoas em demissão temporária caiu em 1,3 milhão, mas quase três milhões de trabalhadores perderam seus empregos de forma permanente, segundo os dados.

Em julho, 8,4 milhões de pessoas trabalhavam em meio período por necessidade, e não por escolha, um grupo conhecido como trabalhadores involuntários em tempo parcial.

Os Estados Unidos registraram mais de duas mil mortes relacionadas com o novo coronavírus nas últimas 24 horas, uma sombria cifra diária que o país mais castigado pela pandemia não registrava em três meses, segundo um boletim divulgado na quinta-feira (6) pela Universidade Johns Hopkins.

O país enfrenta uma forte recidiva da pandemia desde o fim de junho, quando registrou 2.060 óbitos em um dia, bem como mais de 58.000 novos casos.

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