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Vice-presidente do órgão eleitoral da Venezuela renuncia

Manifestação exibe bandeira da Venezuela - REUTERS/Ivan Alvarado/File
Manifestação exibe bandeira da Venezuela Imagem: REUTERS/Ivan Alvarado/File

06/08/2020 18h43

Caracas, 6 Ago 2020 (AFP) - O vice-presidente do órgão eleitoral venezuelano renunciou nesta quinta-feira, citando motivos pessoais. Ele afirmou que não tem intenção de se candidatar a deputado em 6 de dezembro.

"A partir de hoje, renuncio ao meu cargo de reitor principal e vice-presidente do Conselho Nacional Eleitoral" (CNE), afirmou Rafael Simón Jiménez.

O atual conselho da CNE foi nomeado em 12 de junho pelo Supremo Tribunal de Justiça (TSJ), que declarou uma "omissão" do Parlamento — o único poder controlado pela oposição em Venezuela — em sua atribuição de escolher as autoridades eleitorais.

A Assembleia Nacional unicameral chamou a nomeação da nova diretiva de "ilegal", presidida por Indira Alfonzo, uma ex-magistrada do TSJ sancionada pelo Canadá.

Por esse motivo, cerca de trinta partidos da oposição se recusam a participar das eleições legislativas, o que abrirá o caminho para o Chavismo recuperar a maioria da Câmara após uma vitória esmagadora da oposição em dezembro de 2015.

Líder do Parlamento, o opositor Juan Guaidó reivindicou em janeiro de 2019 a presidência interina da Venezuela com o reconhecimento de cinquenta países, liderados pelos Estados Unidos.

Jiménez disse à AFP que "vinha meditando há muito tempo" sobre sua demissão devido a suas próprias posições incompatíveis com a condição de "equilíbrio" e "equanimidade" exigida por um presidente da CNE.

"Descobri que minhas opiniões (políticas) criaram alvoroços e reações, algumas vezes no governo, outras na oposição", comentou por telefone.

A imprensa levantou a possibilidade de Jiménez concorrer como candidato a deputado. "É uma eventualidade", mas "não é a motivação" para a renúncia, disse.

"É preciso se inscrever, até agora não tenho nenhum tipo de oferta", disse, embora tenha dito "estar disposto" a pensar no assunto se uma proposta surgir.

Na terça-feira, o principal diplomata no governo Donald Trump para os assuntos venezuelanos, Elliott Abrams, disse esperar que os países que reconhecem Guaidó mantenham essa posição, mesmo que ele seja marginalizado nas eleições legislativas.

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