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Ibovespa avança com cena corporativa em foco após BC cortar Selic a 2%

06/08/2020 12h02

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta quinta-feira, chegando a superar os 104 mil pontos na máxima, um dia depois de o Banco Central reduzir a Selic a 2%, com Totvs entre as maiores altas após mostrar receita resiliente no segundo trimestre, enquanto Cielo disparava 8,3% em meio a comentários de acionista controlador.

Às 11:47, o Ibovespa subia 0,85 %, a 103.680,53 pontos. No melhor momento, chegou a 104.159,43 pontos. O volume financeiro somava 7,9 bilhões de reais.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC cortou na quarta-feira a taxa básica de juros em 0,25 ponto, em linha com expectativa majoritária do mercado, enquanto manteve a porta aberta para novos ajustes à frente.

"Esperamos que o Banco Central mantenha a Selic inalterada na próxima reunião... e condicione novos cortes à trajetória fiscal e às mudanças nas expectativas de inflação de longo prazo", avaliou o analista de mercado emergentes Mathieu Racheter, do Julius Baer.

O patamar extremamente baixo da Selic tem sido um dos principais suportes para a bolsa paulista, com papel relevante de pessoas físicas em busca de melhor remuneração de seus investimentos na alta do Ibovespa nos últimos meses.

O IBGE, por sua vez, divulgou nesta quinta-feira que a taxa de desemprego no Brasil ficou em 13,3% nos três meses até junho, a maior taxa de desemprego em três anos, com redução recorde no número de pessoas ocupadas.

"Os dados do mercado de trabalho de junho deixam claro que, a despeito do processo de reabertura e extraordinário grau de estímulo..., as sequelas deixadas pela pandemia irão culminar em uma recuperação errática e lenta", observou a Guide Investimentos.

No exterior, Wall Street mostrava pequenas variações positivas, com agentes financeiros aguardando novidades sobre novo pacote de estímulos à economia, enquanto números sobre pedidos de auxílio-desemprego nos EUA ainda elevados adicionavam cautela antes de dados do mercado de trabalho na sexta-feira.

O norte-americano S&P 500 cedia 0,17%.

DESTAQUES

- CIELO ON disparava 8,30% após comentários do presidente do Banco do Brasil de que estão em andamento discussões com o Bradesco sobre divisão de ativos no setor de cartões. Os dois bancos dividem o controle da empresa de meios de pagamentos, a maior do país. Na máxima até o momento, os papéis chegaram a 5,52 reais.

- BANCO DO BRASIL ON avançava 1,41%, mesmo após queda de 25,3% no lucro líquido recorrente no segundo trimestre para 3,311 bilhões de reais, à medida que o banco aumentou as provisões para empréstimos inadimplentes em meio à crise desencadeada pelo coronavírus e uma taxa de impostos mais alta. Para o Bradesco BBI, o resultado do BB mostrou uma qualidade bastante razoável. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN ganhava 0,55% e BRADESCO PN subia 0,14%.

- TOTVS ON subia 6,69%, após a produtora de softwares de gestão divulgar lucro quase estável no segundo trimestre, uma vez que maiores receitas com produtos de computação em nuvem e a forte redução da despesa compensaram os efeitos econômicos da pandemia do coronavírus, que a fizeram mais do que dobrar a provisão para perdas. "Vendas impressionantemente resilientes", afirmou o Credit Suisse.

- SULAMERICA UNIT cedia 0,47%, revertendo a alta do começo da sessão, que chegou a 4,88%, após a seguradora e gestora de recursos de terceiros quase dobrar o lucro do segundo trimestre, com o resultado refletindo a descontinuidade de negócios. Embora tenha avaliado que o resultado não seja sustentável, a XP Investimentos reiterou recomendação de compra e aumentou o preço-alvo para 58 reais, citando entre os fatores desempenho de curto prazo melhor que o esperado.

- BRASKEM PNA subia 0,81%, mesmo após a petroquímica divulgar um prejuízo bilionário no segundo trimestre, refletindo a combinação de queda nas receitas devido à crise da Covid-19, despesas ligadas a um dano geológico em Alagoas e pressão financeira devido à alta do dólar. Na visão do BTG Pactual, a companhia reportou um conjunto sólido de resultados no que provavelmente deve ser o trimestre mais fraco do ano em termos de vendas.

- BRF ON valorizava-se 5,13%, tendo no radar relatório do Bradesco BBI elevando recomendação dos papéis para 'outperform', bem como o preço-alvo para 28 reais. "Achamos que o mercado está subestimando os ganhos de participação de receita para o negócio de alimentos processados da BRF e as mudanças no comportamento do consumidor devido ao Covid-19", afirmaram em relatório a clientes.

- EMBRAER ON caía 1,31%, tendo no radar ações de analistas cortando preço-alvo dos ADRs da fabricante de aviões, um dia após divulgar prejuízo bilionário no segundo trimestre, com tombo nas receitas da divisão de aviação comercial. O Credit Suisse reduziu de 4,70 para 4 dólares, enquanto o UBS diminuiu de 7,5 para 7 dólares. Em Nova York, os ADRs perdiam 2,26%, a 5,62 dólares.

- PETROBRAS PN tinha variação positiva de 0,13%, perdendo o fôlego e se afastando das máximas da sessão, após valorização de mais de 6% na véspera, com a quinta-feira marcada por volatilidade nos preços do petróleo no mercado internacional.

- VALE ON cedia 0,27%, mesmo tendo de pano de fundo alta dos futuros do minério de ferro na China, com os preços na bolsa de Dalian tocando nova máxima de 2020 e com o contrato de referência em Cingapura marcando uma oitava sessão consecutiva de ganhos, em meio a novos sinais de melhora na demanda por aço no mercado chinês.

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