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FMI pede que Líbano saia do impasse sobre reformas

06/08/2020 14h08

Beirute, 6 Ago 2020 (AFP) - Após a "terrível tragédia" do porto de Beirute, o Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu, nesta quinta-feira (6), ao Líbano que "rompa o impasse" nas reformas exigidas pela comunidade internacional e que lutam para se materializar em um país em pleno naufrágio econômico.

"O FMI está explorando todos os caminhos possíveis para apoiar o povo libanês. É essencial romper o impasse nas discussões sobre reformas cruciais e criar um programa significativo para recuperar a economia", estimou, em comunicado, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva.

O Líbano, que atravessa uma profunda crise social e econômica, iniciou em meados de maio negociações com o FMI para obter assistência financeira, mas quase três meses depois o processo se encontra estagnado.

O país está sofrendo há vários meses uma depreciação sem precedentes de sua moeda, um aumento galopante dos preços, demissões em larga escala e restrições drásticas de saques bancários e transferências para o exterior.

É neste contexto já sombrio que ocorreu uma explosão mortal e devastadora na terça-feira no porto de Beirute, que deixou pelo menos 137 mortos e 5.000 feridos, uma catástrofe a mais para os libaneses já exaustos pela crise.

"Chegou a hora da comunidade internacional e dos amigos do Líbano se mobilizarem para ajudar o país neste momento de emergência", disse a diretora do FMI.

Em Beirute nesta quinta-feira, o presidente francês Emmanuel Macron pediu mais uma vez "reformas essenciais em certos setores". "Se essas reformas não forem feitas, o Líbano continuará afundando", alertou.

Macron também anunciou na parte da tarde a organização pela França de uma conferência de ajuda para o Líbano "nos próximos dias".

Beirute espera receber cerca de 10 bilhões de dólares em ajuda do FMI.

O governo libanês adotou um plano de resgate econômico no final de abril, com o objetivo de impulsionar o crescimento e consolidar as finanças públicas, mas as reformas, principalmente no setor elétrico, não saem do papel.

Quase metade da população libanesa vive na pobreza e 35% da força de trabalho está desempregada.

As dificuldades econômicas foram um catalisador da revolta iniciada no final de 2019 contra uma classe política acusada de corrupção e incompetência.

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