Presidente da Argentina diz que acordo sobre dívidas abre "horizonte" ao país
"Resolvemos uma dívida impossível na maior crise econômica que se lembra e em meio a uma pandemia", disse o mandatário, com declarações reproduzidas pelo portal "Cenital".
Nesta madrugada, e após meses de intensas negociações, propostas e contrapropostas entre as partes, o Ministério da Economia argentino informou que foi estabelecido um acordo com os três principais grupos de credores privados, acerto que concederá ao país "um significativo alívio da dívida".
O acordo evita que o país volte a deixar de pagar. Segundo o combinado, que será formalizado até 24 de agosto, a Argentina "ajustará algumas das datas de pagamento previstas para as novas dívidas" estabelecidas na proposta de troca apresentada em 6 de julho.
ECONOMIA DE US$ 33 BILHÕES.
"Ao longo desses sete meses, nos disseram que não entendíamos nada e que estávamos a caminho do fracasso porque não aceitamos as ofertas dos credores. Acontece que finalmente fechamos um acordo que permite que a Argentina poupe US$ 33 bilhões da dívida assumida durante os próximos 10 anos. Agora, temos um horizonte claro de onde queremos chegar", argumentou Fernández.
O presidente da Argentina, país que está em recessão há mais de dois anos, crise que tem se agravado com a pandemia de Covid-19, também destacou que os empresários agora têm "um cenário melhor para projetar seus negócios".
"A Argentina precisa de um compromisso para colocar o país de pé e compreender que, após a pandemia, teremos de repensar muitas coisas. Percebemos a fraqueza do sistema financeiro mundial", advertiu.
"Agora, temos de construir um capitalismo com mais compromisso social, que distribua melhor os lucros. Um capitalismo que privilegie a opinião do gerente de produção antes da opinião do gestor financeiro", completou.
O acordo firmado com representantes do Grupo Ad Hoc de Bonistas Argentinos, do Comitê de Credores da Argentina e do Grupo de Bonistas del Canje, entre outros, especifica que a dívida reestruturada, emitida em 2005 e 2010 e a partir de 2016, será trocada por novos títulos em dólares e euros com vencimentos em 2029, 2030 e 2038.
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