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Covid-19: Macron anuncia bônus de mais de R$ 6 mil para agradecer cuidadores da França

04/08/2020 16h50

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira (4) que vai desbloquear uma verba de € 160 milhões (mais de R$ 1 bilhão) para a criação de bônus especiais para os cuidadores. A medida é apresentada como uma recompensa aos profissionais da saúde que enfrentaram a pandemia de Covid-19 acompanhando idosos e doentes em suas casas.

Ao anunciar o bônus, Macron lembrou que os cuidadores, categoria composta por 97% de mulheres, "tiveram um papel essencial" durante a quarentena. Ele lembrou que esses profissionais continuaram ajudando os idosos e portadores de deficiência "com muita coragem e de maneira metódica".

A gratificação deve chegar a € 1.000 (mais de R$ 6.000) para os cuidadores que atuam em período integral. O valor deve ser pago "antes do Natal", prometeu o presidente.

O anúncio foi feito durante uma visita de Macron à cidade de Toulon, no sul da França, na mesma região da residência de veraneio da presidência, onde o chefe de Estado passa suas férias nesse momento.

Esquecidos do Covid

Os médicos e enfermeiros da França já haviam sido beneficiados com um pacote de ajuda financeira anunciado pelo governo, mas os cuidadores não faziam parte da lista. Macron espera que, com a medida, possa "homenagear" esses "esquecidos do bônus Covid" que já foi dado aos demais profissionais do setor da saúde.

Em meados de junho, as associações de cuidadores haviam reclamado da falta de reconhecimento do governo. Elas afirmavam que a categoria havia sido vítima de uma "injustiça" ao não ter sido incluída do pacote de ajuda financeira destinado aos médicos e enfermeiros.

"Finalmente o Estado fez um esforço e admitiu que esses profissionais merecem o reconhecimento da nação", declarou Amir Reza-Tofighi, presidente da federação privada Fédésap, que representa cerca de 70 mil dos 320 mil funcionários do setor.

"Esse bônus repara uma injustiça, mas ele deve ser visto apenas como uma etapa", ponderou Thierry d'Aboville, secretário-geral da ADMR, principal rede associativa de cuidadores do país. "Ainda persiste a questão da falta de atratividade desse setor e da necessidade de revalorização dos salários", insistiu.

Macron reconheceu que o ofício nem sempre atrai candidatos. "Há vagas que não são preenchidas, pois é uma profissão difícil" e "os salários nem sempre acompanham", disse o presidente. O chefe de Estado prometeu que um projeto de lei sobre o tema já está sendo estudado e que o assunto será tratado até o final deste ano.

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