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Melbourne inicia toque de recolher; mundo supera 18 milhões de casos de coronavírus

03/08/2020 08h03

Melbourne, 3 Ago 2020 (AFP) - Melbourne, a segunda maior cidade da Austrália, iniciou um toque de recolher de seis semanas, e as Filipinas voltaram a estabelecer um confinamento por novos surtos do novo coronavírus, que já infectou mais de 18 milhões de pessoas em todo planeta.

A propagação do vírus, que causou quase 700.000 mortes ao redor do mundo, está se acelerando, seis meses depois da declaração de emergência por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Europa, com 210.576 mortos e 3.196.370 casos, é a região mais afetada pela doença, seguida por América Latina e Caribe, que somam mais de 201.000 vítimas fatais e 4,9 milhões de contagiados.

Nos Estados Unidos, uma conselheira da Casa Branca advertiu que a doença está "extraordinariamente generalizada" no país, o mais afetado pela pandemia, com 4,6 milhões de casos e quase 155.000 mortes.

Ao mesmo tempo, vários países que pareciam ter controlado a epidemia registram focos preocupantes de COVID-19.

Este é o caso da Austrália, onde foram adotadas novas restrições no estado de Victoria, apesar das duras consequências econômicas das medidas.

As normas incluem um toque de recolher noturno em Melbourne durante as próximas seis semanas e o fechamento dos comércios e empresas não essenciais, assim como a proibição de cerimônias de casamento.

"É duro, especialmente sabendo que, em outras partes do país, as pessoas têm bastante liberdade para sair e (aproveitar) uma vida praticamente normal", declarou Tracy Skilling, de 42 anos, gerente de um café em Melbourne.

A cidade continua registrando centenas de novos contágios por dia, enquanto outros estados do país contabilizam poucos casos.

O governo das Filipinas anunciou um novo confinamento durante duas semanas para mais de 27 milhões de pessoas, incluindo a capital Manila, depois que os contágios se multiplicaram por cinco e superaram 100.000 no país.

A OMS advertiu que os efeitos da crise "serão sentidos durante décadas" e que é provável que a pandemia se prolongue.

- 'Propagação de forma extraordinária' -Na América Latina e Caribe, a pandemia não dá trégua.

Brasil (94.104 mortos) e México (47.746) são os países mais afetados da região, seguidos por Peru (19.614), Colômbia (10.650) e Chile (9.608).

A Argentina, que no domingo superou a marca de 200.000 casos de COVID-19, proibiu as reuniões sociais a partir desta segunda-feira em todo país (44 milhões de habitantes), que já registra 3.648 vítimas fatais.

Diante do aumento de contágios e do temor de colapso dos hospitais, as autoridades suspenderam a flexibilização paulatina do confinamento, que estava previsto para esta segunda-feira em Buenos Aires e sua periferia.

Com mais de 80.000 casos e 3.153 mortes, a Bolívia antecipou o fim do ano escolar, que prosseguiria até dezembro.

El Salvador ratificou um empréstimo de 250 milhões de dólares com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para lutar contra a doença.

Além do custo humano, a pandemia provoca um colapso da economia mundial, do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro e gerou uma recessão nos Estados Unidos, onde dezenas de milhões de pessoas perderam os empregos.

Os Estados Unidos entraram em uma "nova fase" da epidemia, afirmou a conselheira especial da Casa Branca Deborah Birx.

"O que observamos agora é diferente do que acontecia em março e abril", declarou Birx, que coordena o grupo de trabalho da Presidência americana sobre o novo coronavírus.

"O vírus se propagou de forma extraordinária. Está presente tanto nas zonas rurais como urbanas", disse.

Neste contexto, muitos países está em uma corrida para encontrar uma vacina contra a COVID-19. Sem um tratamento, as possibilidades são pequenas de conter a pandemia e interromper as consequências econômicas e as restrições, impopulares em muitos lugares.

Vários protestos foram registrados em diversos países, onde os governos enfrentam pressões de vários setores da sociedade e de políticos.

Na Alemanha, por exemplo, milhares de pessoas protestaram em Berlim no fim de semana.

Nesta segunda-feira, 150.000 crianças do norte do país foram as primeiras a retornar às escolas na Europa após as férias de verão (inverno no Brasil), com a obrigação de respeitar diferentes medidas de segurança.

- Restrições em festivais -As formas de lutar contra o vírus, como o distanciamento social, mudaram a maneira de administrar grandes multidões, de manifestações religiosas a eventos esportivos e culturais.

O festival anual de cerveja de Qingdao, na China, começou na sexta-feira com a capacidade limitada a 30%.

Na Espanha, muito dependente do turismo e que luta para reativar sua economia, assim como para conter os novos focos da doença, na ilha de Ibiza, famosa por suas festas e bares, o governo permitiu a abertura de clubes noturnos com capacidade reduzida para 300 pessoas ou menos. As grandes discotecas permanecerão fechadas.

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