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Reino Unido acusa Rússia de tentar roubar dados sobre vacina contra covid

Reino Unido afirmou que os alvos eram agências de pesquisa no Reino Unido, Estados Unidos e Canadá - Miguel Noronha/Futura Press/Estadão Conteúdo
Reino Unido afirmou que os alvos eram agências de pesquisa no Reino Unido, Estados Unidos e Canadá Imagem: Miguel Noronha/Futura Press/Estadão Conteúdo

Em Londres (Reino Unido)

16/07/2020 11h34

A agência britânica de segurança cibernética acusou hoje um grupo de hackers possivelmente ligados ao governo russo de tentar roubar informações sobre os projetos de vacinas contra o novo coronavírus.

O NCSC (Centro Nacional de Segurança Cibernética, na sigla em português) do Reino Unido afirmou que os alvos eram agências de pesquisa e desenvolvimento de vacinas no Reino Unido, Estados Unidos e Canadá. As alegações foram apoiadas pelas autoridades dos dois países.

"O NCSC está avaliando que [o grupo] APT29, também chamado de Dukes ou Cozy Bear, quase certamente opera como parte dos serviços de inteligência russos", afirmou um comunicado da instituição.

O ministro das Relações Exteriores britânico, Dominic Raab, expressou sua indignação com a descoberta, que foi divulgada junto com dicas para as próprias organizações se protegerem de ataques cibernéticos.

"É totalmente inaceitável que os serviços de inteligência russos tenham como alvo aqueles que estão trabalhando para combater a pandemia de coronavírus", disse.

"O Reino Unido continuará a combater aqueles que realizam esses ataques cibernéticos e trabalhará com aliados para responsabilizar os responsáveis", finalizou o ministro.

Raab disse que buscará "combater aqueles que realizam esses ataques cibernéticos" - Andrew Parsons/10 Downing Street/Handout via Reuters - Andrew Parsons/10 Downing Street/Handout via Reuters
Raab disse que buscará "combater aqueles que realizam esses ataques cibernéticos"
Imagem: Andrew Parsons/10 Downing Street/Handout via Reuters

Mais acusações

O Reino Unido também acusou hoje a Rússia de tentar interferir na última eleição legislativa do país, realizada em dezembro de 2019 e que deu maioria ao primeiro-ministro conservador Boris Johnson no parlamento.

"Com base em uma extensa análise, o governo concluiu que é quase certo que atores russos tentaram interferir nas eleições gerais de 2019 por meio da divulgação online de documentos governamentais adquiridos ilicitamente e depois vazados", afirmou Raab.

De acordo com o ministro, a Rússia teria trabalhado para conseguir de forma ilegal um dossiê com mais de 400 páginas sobre um acordo de livre comércio entre o Reino Unido e os EUA. O documento teria sido obtido a partir do e-mail de um membro do governo e vazado posteriormente.

À época das eleições legislativas, o dossiê foi citado na campanha por Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista, para atingir o rival Johnson.

Corbyn alegou que o documento indicava que o NHS (o Serviço Nacional de Saúde) "estava na mesa" dentro do acordo, numa possibilidade de o sistema ser privatizado.

Vacina na Rússia

A Rússia anunciou na última segunda-feira (13) que está próxima de finalizar os testes de uma vacina contra a covid-19 e iniciar sua distribuição.

"A pesquisa foi concluída e provou que a vacina é segura", disse Yelena Smolyarchuk, chefe do centro de pesquisas clínicas da Universidade Sechenov, à agência de notícias estatal Tass.

Atualmente, três pesquisas - do Reino Unido, China e Estados Unidos - lideram a corrida.

Cientistas explicam que dizer que uma vacina é a mais promissora ou é a mais adiantada significa que ela se mostrou eficaz em mais etapas dos testes pré-clínicos (animais) e clínicos (humanos), mas não significa, necessariamente, que ela seja a mais próxima de ser bem-sucedida.

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