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Senado não vota MP de regras trabalhistas e texto pode perder validade

Senado não vota MP de regras trabalhistas e texto pode perder validade - Cadu Rolim / Estadão Conteúdo
Senado não vota MP de regras trabalhistas e texto pode perder validade Imagem: Cadu Rolim / Estadão Conteúdo
do UOL

Da Agência Brasil

15/07/2020 23h09

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), decidiu não votar a Medida Provisória (MP) 927/2020, que altera regras trabalhistas durante a pandemia do novo coronavírus. Depois de votar duas MPs na sessão de hoje, vários senadores manifestaram posição contrária à votação da MP 927. Sem acordo para a votação, Alcolumbre encerrou a sessão sem votar o relatório do senador Irajá (PSD-TO).

Com isso, a MP pode perder a validade, uma vez que Alcolumbre disse que ela não deve ser votada esta semana. A matéria expira no próximo domingo (19). O presidente da Casa reconheceu que as questões trabalhistas eram controversas demais para possibilitar um entendimento. Durante as sessões remotas, o Senado tem procurado votar, na maior parte das vezes, matérias cuja aprovação é consenso entre a maioria.

"De fato é uma constatação, não há um entendimento. Infelizmente essa medida provisória veio com muitos problemas. Veio com mais de mil emendas da comissão. Acabou que o que se desejava da sua eficácia imediata se transformou em um problema em relação aos direitos trabalhistas. Isso vem dificultando a votação dessa matéria", disse o presidente. "Diante dessas manifestações, vou retirar essa medida provisória da pauta", declarou Alcolumbre.

O relatório de Irajá chegou a ser discutido na semana passada, mas quase todos os líderes partidários pediram para adiar a votação. Entre as medidas previstas no texto estão a adoção do teletrabalho, a antecipação de férias e de feriados, além da concessão de férias coletivas. O texto prevê a suspensão do cumprimento dos acordos trabalhistas devidos em caso de rescisão do contrato de trabalho caso a empresa tenha tido as atividades paralisadas em virtude da pandemia.

As críticas eram direcionadas à redução do poder do empregado diante do empregador nas negociações de acordos trabalhistas. O trecho que prevê a predominância do acordo individual entre o empregado ou empregador sobre leis e acordos coletivos foi um dos mais atacados.

Em seu parecer, Irajá (PSD-TO) alterou esse trecho, reduzindo a validade da medida ao período de duração do estado de calamidade pública decretado em função da pandemia, mas, ainda assim, foi criticado. Senadores de oposição chegaram a dizer que a MP era uma nova reforma trabalhista.

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