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Cientistas peruanos criam teste rápido, econômico e portátil para Covid-19

15/07/2020 13h57

Uma equipe de cientistas peruanos desenvolveu um teste para Covid-19 rápido e portátil. O objetivo é detectar o vírus massivamente na população. O exame poderia interessar a outros países da América Latina.

Wyloën Munhoz-Boillot, correspondente da RFI em Lima

O biólogo Edward Malaga e sua equipe do laboratório da Universidade Cayetano Heredia, em Lima, desenvolveram um novo teste molecular para o novo coronavírus que combina as vantagens de diferentes testes já existentes.

"A ideia era de desenvolver um teste que tivesse todas as vantagens do teste molecular, que é mais preciso e permite detectar o vírus, mas com vantagens do teste serológico, que é mais rápido", explica Malaga.

Para isso, a equipe de cientistas peruanos recuperou uma técnica desenvolvida nos Estados Unidos, que Edward Malaga qualifica de "democrática", porque é menos complexa e, por isso, mais barata que a utilizada até agora nos testes moleculares. "Em lugar de utilizar um processo que dura horas e que requer um equipamento muito sofisticado, utilizamos uma tecnologia mais simples que detecta o vírus em 40 minutos em lugar de 3-4 horas, tempo que leva a técnica standard molecular."

Mais rápida, menos onerosa e mais eficaz, o novo teste apresenta outra vantagem importante: é portátil. "O teste pode ser realizado tanto por um grande laboratório, quanto por pequenos consultórios médicos em zonas rurais", explica o biólogo, "porque ele não necessita de nenhum equipamento complexo, nem pessoal especializado."

A simplicidade de utilização do exame é um aspecto determinante para os países da América Latina, onde o tamanho dos territórios e as disparidades regionais dificultam o acesso a métodos médicos mais complexos.

A equipe de cientistas espera a liberação das autoridades sanitárias peruanas para comercializar o novo exame que deve permitir testar massivamente a população do Peru e já desperta interesse em países vizinhos.

A Organização Mundial da Saúde aconselhou os países, desde o início da pandemia, a testar suas populações. Apesar disso, o Brasil continua realizando poucos exames de detecção do vírus.

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