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Juíza da Suprema Corte dos EUA, Ginsburg de 87 anos, é hospitalizada

14/07/2020 19h53

Washington, 14 Jul 2020 (AFP) - A juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos, Ruth Bader Ginsburg, de 87 anos, alicerce da ala liberal do tribunal, foi hospitalizada por suspeita de infecção, informou o tribunal nesta terça-feira (14).

Ginsburg foi internada no Hospital Johns Hopkins, em Baltimore na manhã desta terça depois de ter ido a um hospital em Washington na segunda-feira com febre e calafrios, informou o tribunal em comunicado.

Ela foi submetida a um procedimento endoscópico na tarde desta terça-feira "para limpeza de um stent do drenagem biliar que foi colocado em agosto", acrescentou a corte.

Ginsburg "está descansando confortavelmente e ficará no hospital por alguns dias para receber tratamento com antibióticos intravenosos."

Por ser uma das quatro liberais entre os nove juízes da Suprema Corte, o estado de saúde Ginsburg é observado com atenção enquanto o governo de Donald Trump busca uma oportunidade de nomear um novo membro que incline o tribunal em uma direção conservadora, o que poderia alterar a lei e a política social dos EUA por décadas.

Os juízes da Suprema Corte atuam até a morte ou a aposentadoria voluntária, mas Ginsburg se manteve no cargo apesar da idade, ciente de que, se partir, pode mudar o cenário da justiça americana.

Juntamente com o centrista John Roberts, os quatro liberais impediram a reversão dos direitos ao aborto, que fortaleceria os poderes do presidente e permitiria um maior envolvimento da religião na vida pública.

Muito popular entre os democratas, ela se tornou, sem querer, um ícone das mídias sociais, onde é conhecida como "The Notorious RBG", uma associação ao apelido do popular rapper The Notorious B.I.G.

Ela foi hospitalizada várias vezes nos últimos anos, inclusive por dois dias em maio para se tratar de uma infecção benigna na vesícula biliar.

Mas mesmo durante suas permanências no hospital, participava das atividades judiciais por teleconferência.

Não ficou claro se ela participou de discussões no tribunal durante a noite de segunda-feira sobre a retomada de execuções federais, enquanto um condenado por homicídio aguardava no corredor da morte em uma prisão de Indiana.

O tribunal decidiu por cinco a quatro a favor do prosseguimento da pena capital e horas depois o assassino Daniel Lee estava morto na primeira execução federal em 17 anos.

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