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Fala sobre Exército foi crítica a militares em cargos na Saúde, diz Gilmar

12.fev.2020 - O ministro Gilmar Mendes - Carlos Moura/SCO/STF
12.fev.2020 - O ministro Gilmar Mendes Imagem: Carlos Moura/SCO/STF
do UOL

Do UOL, em São Paulo

14/07/2020 09h10Atualizada em 14/07/2020 10h17

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes divulgou uma nota onde afirmou respeitar as Forças Armadas e disse que seu comentário de que o Exército estava se associando a um "genocídio" na gestão da pandemia no Brasil foi em referência à presença excessiva de militares na pasta da Saúde.

"Reforço, mais uma vez, que não atingi a honra do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica. Aliás, as duas últimas nem sequer foram por mim mencionadas. Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros", disse Gilmar em nota.

Ainda no comunicado, o ministro cita que o Brasil já tem "mais de 72 mil" mortos em decorrência da covid-19 e vive uma "crise aguda" devido à pandemia.

"Nenhum analista atento da situação atual do Brasil teria como deixar de se preocupar com o rumo das nossas políticas públicas de saúde. Estamos vivendo uma crise aguda no número de mortes pela covid-19, que já somam mais de 72 mil. Em um contexto como esse, a substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde deixa de ser um apelo à excepcionalidade e extrapola a missão institucional das Forças Armadas", afirmou.

Defesa aciona PGR

No último sábado, ao participar de um debate, o ministro do STF fez duras críticas à ocupação de militares em postos de comando do ministério da Saúde, em funções antes exercidas por quadros técnicos. "Não podemos mais tolerar essa situação que se passa no Ministério da Saúde. Não é aceitável que se tenha esse vazio. (...) É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso", criticou.

A fala não foi bem recebida por militares. Em resposta, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo de Silva, e os comandantes do Exército, Aeronáutica e Marinha informaram ontem, por meio de nota, que encaminharão uma representação ao Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, para pedir "adoção de medidas cabíveis" em relação a fala do ministro.

O Ministério da Saúde é comandado interinamente desde maio pelo general Eduardo Pazuello e, desde o início do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), já apresentou 14 cargos comissionados para militares, segundo levantamento da agência de dados Fiquem Sabendo, especializada na Lei de Acesso à Informação

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