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Coronavírus: Últimas notícias e o que sabemos até esta terça-feira (14)

10.abr.2020 - Pesquisadora segura frasco de vacina para covid-19 em teste - REUTERS/Dado Ruvic
10.abr.2020 - Pesquisadora segura frasco de vacina para covid-19 em teste Imagem: REUTERS/Dado Ruvic
do UOL

Do UOL, em São Paulo

14/07/2020 12h36Atualizada em 14/07/2020 19h03

O Brasil registrou 1.300 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, segundo balanço oficial do Ministério da Saúde, disponível em seu site oficial. Nos registros oficiais, já são 74.133 óbitos pela doença.

Ao todo, são 1.926.824 casos confirmados, sendo 41.857 desde o balanço de ontem. Ainda são 3.928 falecimentos em investigação.

O total de recuperados chegou a 1.209.208, representando 62,8% do total de infectados. Os casos em acompanhamento chegaram a 643.483, 33,4% do montante de contaminados.

Coronavírus avança no Sul e no Centro-Oeste

Apesar do número abaixo de outros dias da semana em casos e mortes ontem — algo comum por ser reflexo dos dados do fim de semana —, o Brasil registrou avanços do coronavírus principalmente no Sul e no Centro-Oeste durante os últimos sete dias, além da pior segunda-feira desde maio.

O país abriu a semana com mais confirmações de mortes causadas pelo novo coronavírus do que o registrado na segunda-feira passada, mas o vice-presidente Hamilton Mourão diz que não vê motivos para mexer no Ministério da Saúde.

Uma série de indicadores mostra como a covid-19 começou a afetar de forma mais intensa as Regiões Sul e Centro-Oeste, que até agora pareciam ter sido poupadas de epidemias locais em grande escala. Na primeira semana de junho, as duas regiões juntas eram responsáveis por cerca de 4% das novas mortes registradas a cada dia no País. Hoje, já representam quase 18%.

Apesar disso, os estudos sobre vacinas e medicamentos com potencial para ajudar no tratamento da covid-19 seguem avançando. Uma publicação da Science mostra que foi descoberto um gene eficiente na neutralização do coronavírus, que pode ajudar no direcionamento do desenho de uma vacina. Outro estudo identificou duas substâncias promissoras contra a doença.

Confira as principais notícias do dia:

Descoberto gene promissor para neutralizar o coronavírus

Um estudo publicado na revista Science mostra que cientistas descobriram uma característica em comum nos anticorpos humanos que neutralizam o novo coronavírus, o que, de acordo com eles, pode acelerar o desenvolvimento de vacinas contra a covid-19. O estudo investigou cerca de 300 anticorpos contra o Sars-CoV-2 e encontrou um gene que, na maioria dos casos, mostrou-se efetivo na luta contra o vírus.

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Ilustração 3D do novo coronavírus
Imagem: Handout .

O estudo, da Scripps Research Institute, dos Estados Unidos, mostra que o Sars-CoV-2 usa um domínio receptor-obrigatório (RBD, na sigla em inglês) nas suas proteínas spike (aquela estrutura que parece uma coroa de espinhos) para se acoplar à célula receptora e infectar os humanos.

Agora, a observação destes 294 anticorpos neste estudo encontrou um gene da família IGHV, conhecido como IGHV3-53, que se mostrou o mais frequentemente usado para neutralizar este RBD e, assim, neutralizar a ação do coronavírus.

Foi feito um estudo das estruturas em 3D destes anticorpos ligados à estrutura do coronavírus que permitiu identificar as características que o fazem efetivo, com resultados promissores para o futuro das vacinas.

"Em geral, nossa análise estrutural demonstra que o IGHV3-53 tem uma estrutura promissora para que se mire no que liga as células ao RBD do Sars-CoV-2", diz o estudo.

Os pesquisadores afirmam que a descoberta pode facilitar a criação de uma vacina, dando um forte poder de neutralização aos anticorpos. O biólogo Átila Iamarino comemorou o estudo:

Brasil como laboratório de vacinas

Duas das vacinas mais promissoras contra o coronavírus estão sendo testadas no Brasil. Com quase 2 milhões de infectados, país pode se tornar um grande laboratório contra o coronavírus.

A primeira candidata a vacina contra a covid-19 na fase clínica 3 é a AZD1222, desenvolvida pela Universidade de Oxford em cooperação com a empresa farmacêutica britânica AstraZeneca. A segunda, Coronavac, vem da empresa chinesa de biotecnologia Sinovac.

Oficialmente, o fim dos testes clínicos está agendado para setembro de 2021, mas a eficácia da vacina já poderá ser prognosticada através dos resultados provisórios preliminares, de acordo com Dimas Covas, do Instituto Butantan:

Se os testes em voluntários forem finalizados até outubro, podemos concluir os resultados sobre a eficácia até o fim do ano. Isso significa que poderíamos começar a usar a vacina no início do ano que vem"

Novos candidatos a droga contra covid; Ivermectina vai mal

Os primeiros resultados de uma triagem de drogas no ICB (Instituto de Ciências Biomédicas) da USP trazem boas e más notícias da frente de batalha farmacêutica contra a covid-19.

De um total de 65 medicamentos analisados, dois demonstraram capacidade de inibição seletiva do vírus SARS-CoV-2 in vitro.

A substância mais promissora identificada no estudo foi o brequinar, uma molécula que não está no mercado, mas é bem conhecida da indústria farmacêutica e vem sendo testada para diversas aplicações já há algum tempo, inclusive como antitumoral e antiviral.

A segunda mais eficaz foi o acetato de abiraterona, um antitumoral usado no tratamento do câncer de próstata.

Por outro lado, dois vermífugos que vêm sendo amplamente apontados como possíveis curas para a covid-19 (ivermectina e nitazoxanida) não tiveram desempenho satisfatório.

Números do Brasil

De acordo com levantamento do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, 770 novos óbitos passaram a constar dos balanços das secretarias estaduais de saúde, até ontem. Na semana anterior, no dia 6 de julho, foram 656 os adicionados num período de 24 horas. Agora, o país contabiliza 72.921 mortes desde o início da pandemia.

O número de casos em todo o país teve aumento de 21.783 nas últimas 24 horas, elevando o total de diagnósticos positivos para a covid-19 para 1.887.959. A média móvel hoje (13/7) é 1.052. Foi a pior segunda-feira desde maio.

A preocupação maior é com uma série de indicadores que mostra como a covid-19 começou a afetar de forma mais intensa as Regiões Sul e Centro-Oeste. Na primeira semana de junho, as duas regiões juntas eram responsáveis por cerca de 4% das novas mortes registradas a cada dia no País. Hoje, já representam quase 18%. Essa dinâmica de crescimento fica ainda mais evidente ao comparar a curva de evolução da doença no Sul e no Centro-Oeste com as demais regiões do País.

Entre a primeira semana de junho e ontem, a média diária de óbitos no Sul passou de 21 para 98, o que representa um aumento de 367%. No Centro-Oeste, no mesmo período, a média de mortes por dia saltou ainda mais: foi de 19 para 114, uma variação de 500%.

Nesse mesmo intervalo, a média no Sudeste passou de 461 para 470. No Nordeste, o valor foi de 347 para 384. Nesses casos, ocorreu um aumento de 2% e 11%, respectivamente, o que indica uma tendência de estabilização. Já no Norte, a variação foi de 170 para 81, uma queda de 52%.

Secretário da Saúde 'libera' compras com sobrepreço

O secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, coronel Luiz Otavio Franco Duarte, orientou de modo controverso, ontem, que gestores de hospitais e secretários estaduais comprem medicamentos contra o coronavírus, mesmo com sobrepreço, e depois levem o caso ao Ministério Público (MP).

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O secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, coronel Luiz Otavio Franco Duarte
Imagem: Reprodução/GNews

"Eu orientei o governo de Natal (RN). 'Ah, coronel, está 600% acima (o preço)'. Compre. Abra processo administrativo, entregue ao Ministério Público. Faça o MP trabalhar", disse Duarte em videoconferência da comissão da Câmara dos Deputados que trata da resposta à covid-19.

O secretário pediu aos participantes da reunião para "irradiar" a recomendação a gestores do SUS. Segundo Duarte, a compra acima do preço seria justificada pela necessidade de "salvar vidas".

Dê publicidade a esse ato e ninguém vai ser preso. Basta isso"

Covid e política: Impeachment poderia prejudicar crise?

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou em entrevista à Rádio Metrópole, de Salvador, que iniciar um processo de impeachment contra Jair Bolsonaro (sem partido) neste momento aprofundaria ainda mais a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

Maia - Adriano Machado - Adriano Machado
Presidente da Câmara, Rodrigo Maia
Imagem: Adriano Machado

Na avaliação do parlamentar, o tema em torno da remoção do cargo de um presidente da República é uma "decisão política", e os impactos da covid-19 já são grandes sem estarem envoltos em uma crise política "ainda mais profunda".

"O nosso papel é o de fazer essa construção de um diálogo junto com o Executivo e o Judiciário", declarou Maia à rádio baiana.

Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro, que disse ter contraído a covid-19, reclamou da quarentena: ele disse que o resultado do seu novo exame, RT-PCR, "deve sair em poucas horas e eu aguardo com bastante ansiedade porque eu não aguento essa rotina de ficar em casa. É horrível".

BH multará quem não usar máscara

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), sancionou ontem uma lei que multa em R$ 100 o cidadão que não utilizar máscara de proteção facial em espaços públicos, no transporte público e em estabelecimentos comerciais.

A lei promulgada foi publicada hoje no DOM (Diário Oficial do Município), já entrou em vigor e terá efeito "enquanto perdurarem as medidas implementadas pelo executivo" para enfrentar a pandemia do novo coronavírus.

Grávida passou covid para bebê no útero

Médicos na França divulgaram o que acreditam ser o primeiro caso comprovado de transmissão do novo coronavírus de uma mulher grávida para seu bebê no útero.

De acordo com o site britânico The Guardian, o menino recém-nascido desenvolveu uma inflamação no cérebro poucos dias após o nascimento, uma condição provocada após o vírus atravessar a placenta e estabelecer uma infecção anterior ao nascimento. A criança se recuperou bem.

Reino Unido: previsão pessimista para 2ª onda

Uma segunda onda de contaminação da covid-19 neste inverno europeu poderia causar até 120.000 mortes nos hospitais do Reino Unido, no pior cenário "razoável" sem preparação adequada, segundo estudo da Academia de Ciências Médicas que será publicado hoje.

"Não é uma previsão, é uma possibilidade", enfatizou em comunicado o professor Stephen Holgate, que comandou a elaboração do relatório por 37 especialistas, solicitado pelo governo do primeiro-ministro Boris Johnson.

O relatório alerta que "uma preparação intensa" é necessária a partir de agora para reduzir o risco do serviço publico de Saúde (NHS) sofrer um colapso neste inverno europeu.

Quarentena diminui consumo de café

Com tanta gente em home office, o ritual diário de passar em algum lugar para tomar um cafezinho ficou no passado. A quantidade de café preparada em casa não compensa esse tombo na demanda.

café - Unsplash - Unsplash
Imagem: Unsplash

O consumo global de café deve sofrer a primeira queda anual desde 2011, segundo a previsão do Departamento de Agricultura dos EUA. Isso apesar do grande aumento na compra do produto nos supermercados para estocar a despensa.

O fechamento de restaurantes e cafeterias — que normalmente representam cerca de 25% da demanda — foi devastador e pode demorar até haver uma normalização.

Podcast: Chegamos aos limites da Terra

O Geração P, podcast do UOL que traz os impactos da pandemia na sociedade, traz uma entrevista com o teólogo e escritor Leonardo Boff. Ele fala, entre outros assuntos, sobre os ensinamentos da pandemia e alerta:

O coronavírus é um contra-ataque da Terra contra as seculares agressões dos seres humanos estão fazendo [contra ela]"

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