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Trump admite pela 1ª vez que ordenou ataque cibernético contra robôs russos

do UOL

Mirthyani Bezerra

Colaboração para Tilt

13/07/2020 13h45

Sem tempo, irmão

  • Presidente dos EUA disse ter ordenado ataque contra Agência de Pesquisa na Internet em 2018
  • Nem Casa Branca nem Pentágono confirmaram a operação, classificada como confidencial
  • Trump disse que Obama sabia que a Rússia tentaria interferir nas eleições de 2016
  • Ele disse que fez diferente do democrata e preveniu o ataque na ocasião

O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou em entrevista ao jornal "The Washington Post" que ele ordenou um ataque cibernético militar secreto contra robôs russos para interromper o acesso deles à internet durante as eleições para senadores e deputados em 2018.

Essa foi a primeira vez que Trump reconheceu o ataque contra a IRA (sigla para Agência de Pesquisa na Internet) da Rússia, tida como uma fazenda de trolls pelo governo dos EUA e acusada de interferir nas eleições de 2016 (presidenciais) e de 2018 (de meio de mandato) no país.

Questionado pelo colunista Marc Thiessen —que foi redator de discursos do presidente George W. Bush e do secretário de defesa Donald Rumsfeld— se ele havia autorizado a operação, Trump afirmou: "Correto". O texto foi publicado na última sexta-feira (10), mas até agora, nem a Casa Branca nem o Pentágono confirmaram a operação, que havia sido classificada como confidencial.

Durante a entrevista, o presidente dos EUA disse que em 2016 o ex-presidente Barack Obama sabia antes das eleições que a Rússia estava "brincando" com os EUA.

"Se ele foi ou não [informado], quem sabe? E ele não disse nada. E a razão de ele não ter dito nada foi que ele não queria tocar nesse assunto porque ele pensava que [Hillary Clinton] estava ganhando porque ele tinha lido as pesquisas de opinião por telefone. Então ele pensou que ela ia ganhar, mas tivemos uma maioria silenciosa dizendo 'não, nós queremos Trump'", disse na entrevista.

Trump diz que, diferente de Obama, ele ordenou aos serviços de inteligência que atuassem para prevenir a interferência russa nas eleições de 2018, lançando um ataque cibernético. "Olha, nós o paramos", disse a Thiessen.

O governo Obama publicamente pediu explicações ao presidente russo Vladimir Putin em outubro de 2016 pela invasão de computadores democratas. Em dezembro de 2016, o então presidente norte-americano impôs sanções à Rússia por causa da sua interferência nas eleições presidenciais, expulsando alguns diplomatas em retaliação.

O "The Washington Post" foi quem publicou primeiro sobre a existência do ataque, em outubro de 2018, mas ele nunca havia sido confirmado pelo governo.

Na entrevista dessa sexta, Trump disse que o ataque cibernético fazia parte de uma política mais ampla para enfrentar a Rússia. "Ninguém foi mais duro com a Rússia do que eu", disse. A admissão acontece diante de temores de que o país tentará interromper as eleições presidenciais norte-americanas, marcadas para esse ano.

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