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Polícia prende suspeitos de aplicarem golpe de R$ 13 mi no Banco do Brasil

Polícia Civil apreendeu mais de R$ 500 mil na casa de suspeito de integrar quadrilha  - Divulgação/Polícia Civil
Polícia Civil apreendeu mais de R$ 500 mil na casa de suspeito de integrar quadrilha Imagem: Divulgação/Polícia Civil
do UOL

Marcelo Casagrande

Colaboração para o UOL, em Araçatuba (SP)

13/07/2020 19h37

A Polícia Civil prendeu hoje 12 pessoas suspeitas de integrarem uma organização criminosa que aplicou golpes milionários no Banco do Brasil por meio de empresas fantasmas e em nome de laranjas. Além disso, cerca de R$ 4,5 milhões em bens foram bloqueados por decisão da Justiça.

A quantia está ligada a bens que foram obtidos ilicitamente e que estão em nome de integrantes do grupo suspeito de aplicar os golpes. Entre os presos estão um gerente do Banco do Brasil, que foi demitido quando as investigações começaram, um grupo de empresários e um contador. Os prejuízos à instituição bancária passam de R$ 13 milhões.

As investigações apontaram que empresários adquiriam empresas inativas e promoviam alterações em seus quadros societários e objetos sociais. Essas empresas eram transformadas em transportadoras.

O contador do grupo tinha o papel burocrático e o de comprovar —de maneira falsa— rendimentos milionários em nome daquelas empresas fantasmas. O gerente do banco era responsável por aprovar, também de maneira fraudulenta, a liberação de empréstimos bancários.

"Era um esquema bastante sofisticado, que envolvia falsificação de contratos sociais, envolvimento de laranjas sem culpa e de outros que ofereciam o nome em troca de parte do dinheiro", explicou ao UOL o delegado da Divisão de Investigações Criminais, Ramon Euclides Guarnieri Pedrão.

Ainda segundo as investigações, um dos integrantes do grupo se passava por delegado da Polícia Federal e aplicava outros golpes dentro do próprio grupo.

"Um dos indivíduos, por fora, oferecia aos integrantes do grupo caminhões supostamente apreendidos em operações de combate ao tráfico de drogas por preços irrisórios. Os membros da organização adiantavam parte do pagamento, mas não existiam caminhão nem delegado. Eles perdiam o dinheiro", detalhou.

Investigação começou em 2017

As prisões e apreensões fazem parte da operação denominada Argentarii, que começaram no início de 2017, em Euclides da Cunha Paulista (a 703 quilômetros de São Paulo), após o banco identificar uma irregularidade nas operações na unidade em que o gerente do BB atuava.

Hoje, com os mandados em mãos, 71 policiais se dividiram entre as cidades de Umuarama (PR), Monte Castelo (SP), Tupi Paulista (SP), Osvaldo Cruz (SP) e São João do Pau D'Alho (SP). A Polícia Civil informou que foram apreendidos 13 veículos e três caminhões, além de ter sido determinado o sequestro de cinco imóveis e o bloqueio de valores em contas corrente dos envolvidos.

A Polícia Civil ainda apreendeu cerca de R$ 505 mil em espécie. O montante foi encontrado em um cofre na casa do suspeito apontado como contador da quadrilha.

O que diz o banco

O UOL questionou o Banco do Brasil sobre a conduta do gerente que era o elo entre a organização criminosa e a instituição, mas o banco comentou apenas sobre os procedimentos adotados após o caso.

"O Banco do Brasil informa que realiza investigações sobre fraudes internas e externas praticadas contra a instituição e comunica tais ocorrências às autoridades policiais. O BB adotou todas as providências no seu âmbito de atuação e colabora com as investigações", disse em nota.

Investigações continuam

As investigações ainda continuam para tentar localizar, pelo menos, mais dois membros da organização criminosa. As 12 pessoas ficarão presas temporariamente por cinco dias.

Os documentos apreendidos devem passar por perícia nos próximos dias.

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