Andrzej Duda, o presidente polonês fiel ao poder conservador e nacionalista
Varsóvia, 13 Jul 2020 (AFP) - O presidente da Polônia, Andrzej Duda, que conseguiu no domingo (12) a reeleição no segundo turno, é um apoio fiel do partido conservador nacionalista que governa o país.
Sua vitória, apesar das competências limitadas de um chefe de Estado na Polônia, garante a estabilidade ao projeto político do Partido Direito e Justiça (PiS) durante os próximos cinco anos.
Em uma campanha dura, na qual contou com o apoio do governo e de todos os meios de comunicação públicos, controlados pelo partido governista, Duda venceu por pequena margem o outro candidato no segundo turno, o prefeito centrista de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, de acordo com os resultados oficiais divulgados nesta segunda-feira (13).
Jurista conservador de 48 anos e eleito presidente em 2015, Duda raramente expressou oposição às iniciativas do partido Pis, liderado por Jaroslaw Kaczynski, e promulgou sua generosa política social, assim como as reformas que fragilizam o Estado de direito.
"É um homem de partido, que executa ordens", afirmou à AFP o cientista político Stanislaw Mocek, reitor da Universidade Collegium Civitas de Varsóvia.
- Herdeiro espiritual -Formado em Direito pela Universidade Jagellonne de Cracóvia em 1996, Andrzej Duda se aproximou do PiS em 2005, no momento em que o partido de Jaroslaw Kaczynski preparava seu primeiro governo. O poder do líder do PiS foi reforçado na ocasião com o de seu irmão gêmeo Lech Kaczynski, morto em uma catástrofe aérea cinco anos mais tarde.
Andrzej Duda se declara herdeiro espiritual de Lech Kaczynski.
Eleito em 2011 deputado pelo PiS e em 2014 deputado europeu, Duda era praticamente um desconhecido quando Jaroslaw Kaczynski o designou candidato à presidência da República.
De sorriso fácil, Duda critica a Convenção Europeia sobre a Violência Doméstica, a fertilização in vitro e o que chama de "ideologia LGBT", que segundo ele é "mais destrutiva que o comunismo". Esta última declaração provocou muitos protestos na Polônia e no exterior.
Católico praticante, se declara favorável ao endurecimento da lei contra o aborto no país, que já é uma das mais restritivas da Europa.
- Sistema judicial -Duda apoiou um amplo pacote de ajudas sociais introduzido pelo PiS, em particular o de reduzir de 67 para 65 anos a idade de aposentadoria e a concessão de uma ajuda mensal de de 500 zlots (126 dólares) por filho.
Na política estrangeira, Andrzej Duda atua desde o início para reforçar os vínculos com a Otan e os Estados Unidos, que mobilizaram tropas na região, em resposta à política agressiva da Rússia na vizinha Ucrânia.
Quatro dias antes do primeiro turno da eleição presidencial, Duda se tornou o primeiro líder estrangeiro a visitar a Casa Branca desde o início da pandemia de COVID-19. O presidente americano Donald Trump não poupou elogio ao "amigo" polonês por seu "excelente trabalho".
Sem declarar-se abertamente eurocético, Duda chama a União Europeia de "comunidade imaginária da qual há pouco a ser retirado".
Seus adversários e críticos, na Polônia e no exterior, criticam em particular seu compromisso para submeter o Tribunal Constitucional e outras instituições judiciais às decisões do governo, o que levou Bruxelas a recorrer à justiça europeia.
Nascido na Cracóvia, em uma família de professores, corista e escoteiro na infância, bom esquiador, Andrzej Duda é casado e tem uma filha.
sw/dt/af/bl-mar/zm/fp
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