Bósnia relembra 25 anos do massacre de Srebrenica
Com medidas de segurança sanitária devido à pandemia do novo coronavírus, uma cerimônia no Cemitério Memorial de Potocari, na entrada de Srebrenica, marcou o sepultamento de nove vítimas do genocídio cujos restos mortais foram identificados ao longo do último ano.
A vítima mais jovem enterrada neste sábado é Salko Ibisevic, que tinha 23 anos, enquanto a mais velha é Hasan Pezic, de 70. O massacre ocorreu de 11 a 18 de julho de 1995, durante a guerra pela independência da Bósnia-Herzegovina em relação à antiga Iugoslávia, sob o olhar impotente da comunidade internacional.
O genocídio de Srebrenica custou a vida de 8,3 mil pessoas, de acordo com números oficiais, mas algumas fontes falam em até 10 mil mortos. Na ocasião, as tropas sérvio-bósnias de Mladic invadiram a cidade e massacraram a população muçulmana masculina, a despeito da presença de soldados neerlandeses das Nações Unidas.
"Um quarto de século atrás, as Nações Unidas e a comunidade internacional não defenderam o povo de Srebrenica", reconheceu o secretário-geral da ONU, António Guterres, em uma mensagem pelo aniversário do massacre. "Esse fracasso perseguirá nossa história para sempre", acrescentou.
Após o genocídio, o líder político dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic, e o chefe militar Ratko Mladic cantaram vitória e declararam ter conquistado mais de 60% do país - ambos seriam condenados à prisão perpétua pelo Tribunal Penal Internacional de Haia para a Antiga Iugoslávia.
No entanto, o genocídio convenceu o então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, a intervir, após a Europa ter passado três anos assistindo sem reação aos crimes contra a humanidade na Bósnia-Herzegovina.
Em poucos meses, os EUA conseguiram a aprovação do Acordo de Dayton, que encerrou o conflito, mas reforçou a divisão étnica ao segmentar o país em dois entes autônomos: a República Srpska (49% do território), de maioria sérvia e onde fica Srebrenica, e a Federação da Bósnia e Herzegovina (51%), que reúne as populações bosníaca (muçulmana) e croata.
Seu sistema político prevê uma Presidência tripartite, com um representante bosníaco, um sérvio e um croata, o que acabou engessando o governo e dificultando o desenvolvimento econômico da Bósnia-Herzegovina. (ANSA)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.