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'Tiramos fake news do debate apenas eleitoral', diz relatora de CPMI

Deputada federal Lídice da Mata valorizou ação do Facebook contra fake news - Roque de Sá/Agência Senado
Deputada federal Lídice da Mata valorizou ação do Facebook contra fake news Imagem: Roque de Sá/Agência Senado
do UOL

Do UOL, em São Paulo

09/07/2020 11h34

A deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), relatora da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das Fake News no Congresso, disse hoje que a ação tomada pelo Facebook ontem é mais um elemento que ajuda a trazer o debate sobre o tema para além das eleições. Ela acredita que a CPMI pode dar sequência a um processo de conscientização da sociedade brasileira.

"Só sua existência já foi uma grande conquista. Iniciamos com as pessoas dizendo que não haviam fake news, e estamos vivendo esse momento de auge de ataques de fake news ao jornalismo brasileiro, de notícias falsas sobre a pandemia, de notícias que abalam a estrutura, a vida das pessoas", disse Lídice em entrevista à Globonews.

"Tiramos as fake news do debate apenas da política eleitoral, se tornou um debate da sociedade como um todo. Isso já é uma conquista", completou a deputada.

Ontem, o Facebook desarticulou uma rede de perfis e páginas na rede social e no Instagram que eram ligados ao gabinete do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de dois dos seus três filhos parlamentares, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). A rede tinha 883 mil seguidores no Facebook e 917 mil no Instagram.

"Acho que a decisão (do Facebook) foi muitíssimo importante porque era a única forma que temos de obter esses dados. Já tínhamos conseguido chegar por exemplo ao Eduardo Guimarães também por um dado fornecido pelo Facebook. Aí eles entram na Justiça para impedir que a gente tenha acesso aos dados, o próprio Facebook se negava a fornecer outros dados", afirmou Lídice.

A relatora da CPMI, criada em setembro do ano passado, lembrou o nome de Eduardo Guimarães, que foi divulgado pela empresa que auxiliou o Facebook na ação de ontem. Guimarães é secretário parlamentar de Eduardo Bolsonaro e já havia sido apontado pelo UOL como ligado a ataques virtuais contra adversários políticos.

"Há um movimento internacional para combater as fake news e a sociedade começa a se organizar nessa direção. Há reação dos patrocinadores, das grandes marcas com o Facebook, e o Facebook está sentindo necessidade de mudar de postura", disse Lídice sobre como vê o futuro no combate às fake news.

"Isso tudo vai contribuir para que o nosso trabalho se desenvolva melhor porque o caminho que o Facebook apresentou agora vai ao encontro àquele que estamos investigando na CPMI. São os mesmos perfis, os mesmos nomes, no inquérito (das fake news) do Supremo (Tribunal Federal) também, o que demonstra que tanto o inquérito do Supremo quanto a CPMI estavam e estão no caminho certo", concluiu a deputada.

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