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Empregados negros pedem que Ford pare de fazer viaturas policiais nos EUA

Ford Police Interceptor - Divulgação
Ford Police Interceptor Imagem: Divulgação
do UOL

Do UOL

Em São Paulo (SP)

09/07/2020 16h15

Trabalhadores da Ford nos Estados Unidos teriam pedido para que a companhia parasse de fazer e vender viaturas policiais, de acordo com o site Jalopnik. A discussão ocorre em um momento em que o país vê vários protestos raciais após a morte de George Floyd.

A Ford é a empresa que mais vende viaturas para a polícia nos EUA, representando cerca de dois terços deste mercado. Com esta fonte de renda há anos, a montadora também se aproveita do teste de novas tecnologias em campo pelo departamento.

O momento de protestos fez com que alguns empregados da companhia se mexessem para rever o fato de a montadora ser tão importante assim para a corporação policial. O movimento é encabeçado por trabalhadores negros e pede que a empresa "interrompa o desenvolvimento, a produção e a venda de todos os veículos e produtos policiais personalizados."

O movimento demanda que a Ford tome alguma atitude até o dia 15 de julho (próxima quarta-feira). "Nossos recursos podem e devem ser desviados para outras formas de segurança pública", escreveram funcionários.

"Não podemos reivindicar que apoiamos a luta contra o racismo sistêmico enquanto fornecemos e apoiamos os mesmos sistemas que perpetuam a violência contra os negros americanos".

Entretanto, segundo apurou o Jalopnik, o CEO da Ford - Jim Hackett - pensa diferente. Apesar de elogiar os protestos ocorrendo nos EUA, internamente ele defende que a montadora continue fazendo veículos para a polícia.

"Não é polêmico que o Ford Police Interceptor ajude os policiais a fazerem seu trabalho", disse. "Os problemas que afetam a credibilidade da polícia não têm nada a ver com os veículos que eles estão dirigindo".

"Aprecio as pessoas que estão dizendo o que pensam sobre esse assunto - isso me ajudou a gerar esta nota para explicar por que continuamos nosso compromisso com as forças policiais em todo o mundo com nossos produtos confiáveis".

A Ford não comentou oficialmente o caso.

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