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Merkel faz apelo à UE por aprovação rápida do plano de recuperação

08/07/2020 16h23

Bruxelas, 8 Jul 2020 (AFP) - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, cujo país exerce a presidência semestral da União Europeia (UE), pediu nesta quarta-feira aos governantes europeus que alcancem rapidamente um acordo sobre o plano de recuperação comum.

"Se avaliarmos bem a profundidade da crise, não temos tempo a perder. Espero que no verão (hemisfério norte) consigamos chegar a um acordo", disse Merkel ao apresentar na Eurocâmara, em Bruxelas, o programa de trabalho da presidência alemã.

Após uma reunião com os chefes das instituições europeias, Charles Michel (Conselho), Ursula von der Leyen (Comissão) e David Sassoli (Parlamento), a chanceler também expressou seu desejo de que os Estados-Membros "ratifiquem rapidamente" o plano de recuperação que está sendo negociado.

"Os participantes concordaram que a rápida conclusão de um acordo sobre um ambicioso plano de recuperação europeu é a prioridade da UE nas próximas semanas", segundo um comunicado assinado pelos quatro líderes.

Nos dias 17 e 18 de julho, os líderes da UE discutirão novamente o plano de recuperação de 750 bilhões de euros (840 bilhões de dólares) para sair da profunda recessão causada pela pandemia em 2020.

Em junho, uma reunião por videoconferência evidenciou as divergências entre 27 países sobre como virar a página da crise do coronavírus, que deixou mais de 200.000 mortos na Europa e provocou o fechamento de empresas e muitas demissões.

Michel prepara atualmente uma proposta do plano de recuperação e do orçamento plurianual para o período 2021-2027 que seja aceitável para os 27.

Os olhares estão voltados para os chamados países "frugais" (Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca), adeptos do rigor fiscal, que se opõem a aspectos do plano, que beneficiará sobretudo os países do sul do continente, mais afetados pela crise.

Estes países, liderados por Haia, defendem que os fundos sejam concedidos em sua maioria por meio de empréstimos e não como subsídios, revertendo a tendência atual, e com a aplicação de critérios rígidos para a concessão.

A chanceler alemã, alinhada com estes países no passado, defendeu um "esforço extraordinário, para não dizer único", e reiterou sua aposta para que meio trilhão de euros do plano de recuperação sejam concedidos como ajuda não reembolsável.

"A maior prioridade da presidência alemã da UE será a unidade da Europa para garantir que a Europa saia mais unida da crise", destacou Merkel, para quem "ninguém pode sair sozinho da crise".

"Todos somos vulneráveis", advertiu.

A chanceler alemã, que, segundo os analistas, busca deixar um legado político durante a presidência da UE, também citou como prioridades a coesão, a luta contra a mudança climática e a digitalização.

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