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China inagura escritório de Segurança Nacional em Hong Kong

08/07/2020 06h19

O governo chinês inaugurou em Hong Kong nesta quarta-feira (8) um escritório de Segurança Nacional, medida que vem uma semana depois da promulgação de nova lei que dá poderes à China para investigar e julgar crimes de segurança nacional no território.

"O Escritório de Salvaguarda da Segurança Nacional, do governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong, foi inaugurada na manhã da quarta-feira" (noite de terça, 7, no Brasil), informou a agência Xinhua.

O local da agência, instalado em um hotel, é diante do parque Vitória, local popular de manifestações pró-democracia há anos. Todo mês de junho, milhares de pessoas se reúnem na área para lembrar as vítimas da sangrenta repressão na praça da Paz Celestial, que aconteceu em Pequim, em 1989.

Pompa oficial

Uma placa com o nome da agência de segurança foi desfraldada em um ato com a presença de funcionários do governo e da polícia de Hong Kong. As forças de segurança bloquearam as vias de acesso ao redor do edifício onde ficam os escritórios.

Uma enorme bandeira da China foi posicionada em frente ao prédio, depois da instalação de um emblema da República Popular da China.

Zhang Yanxiong, nomeado para comandar a agência e a chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, assistiram à cerimônia. "É um momento histórico", declarou Lam, que é pró-Pequim e prometeu cumprir à risca a nova legislação.

Pequim impôs uma nova lei de segurança em Hong Kong na semana passada contra atos de subversão, secessão, terrorismo e conluio estrangeiro. A lei é a alteração mais radical nas liberdades e autonomia de Hong Kong desde que o Reino Unido devolveu o território à China, em 1997. O conteúdo da lei se manteve em sigilo até sua promulgação.

Repressão oficializada

A legislação inclui a autorização para que o aparato de segurança da China trabalhe abertamente em Hong Kong, com poderes para investigar e julgar crimes de segurança nacional. 

Com essa lei, Pequim pretende restabelecer a estabilidade em Hong Kong, após meses de manifestações gigantescas em 2019 e reprimir a onda militante pela independência.

A China tem dito que terá jurisdição sobre os casos mais graves, derrubando os bloqueios legais que tradicionalmente existiram entre seus tribunais e o poder judiciário de Hong Kong desde 1997. Até então, a polícia e o sistema judiciário de Hong Kong tinham competência sobre o centro financeiro semiautônomo.

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