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Haddad: PT não precisa pensar em ganhar em 22, mas recuperar credibilidade

Fernando Haddad (PT), ex-prefeito de São Paulo - EDUARDO MATYSIAK/ESTADÃO CONTEÚDO
Fernando Haddad (PT), ex-prefeito de São Paulo Imagem: EDUARDO MATYSIAK/ESTADÃO CONTEÚDO
do UOL

Do UOL, em São Paulo

06/07/2020 23h49

Ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT) afirmou hoje à noite, em participação no programa Roda Viva, que o PT não precisar pensar imediatamente em como vencer as próximas eleições, mas, sim, em como recuperar a credibilidade com o eleitorado após casos de corrupção na sigla.

"PT não precisa pensar assim: 'o que preciso fazer para ganhar 2022?'. Precisa pensar: 'o que preciso fazer para recuperar a credibilidade que eu perdi junto a uma parcela do eleitorado?'. O que preciso explicar, o que preciso desvendar, como vou demonstrar que não sou o que estão dizendo de mim?", disse ele, que perdeu a eleição presidencial de 2018 para Jair Bolsonaro (sem partido).

"Acho que um dos erros que a classe política comete é ficar muito preocupada com o resultado eleitoral da próxima eleição. Você está preocupado com resultado de curto prazo, não está preocupado em construir ou reconstruir reputação. Quando você está prisioneiro dessa lógica, começa a fazer esse tipo de conta. Não acho que o PT nasceu para isso, não acho que o PT deveria embarcar nessa", Fernando Haddad (PT)

No programa da TV Cultura, o petista analisou a importância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o PT e vê a transição geracional dentro do partido como lenta.

"O Lula liderou um partido formado a partir da base e convenceu seus companheiros que era possível ganhar uma eleição presidencial no Brasil. Ganhou, saiu com 80% de aprovação e virou o que virou", disse.

"Agora, eu diria que, para além disso, tem uma questão de transição geracional que é lenta mesmo. Não é automática. São transições complexas, sobretudo porque o Lula, apesar dos 75 anos, está super em forma", completou.

PT como oposição

Para Haddad, o Partido dos Trabalhadores está atuando como uma oposição com força principalmente no Congresso, ao lado de outros partidos de esquerda.

"As poucas boas notícias que temos para dar vieram da oposição. Quando o governo assinou [o auxílio emergencial] com R$ 200 por mês por família, foi a oposição que conseguiu R$ 600, não o [ministro da Economia, Paulo] Guedes ou Bolsonaro."

"Agora, de novo, é a oposição que está forçando a prorrogação, porque pelo Guedes ele queria uma escadinha descendo, e nós queremos manter, porque não sabemos o que vai ser da economia pós-pandemia se não tiver um amparo para as famílias poderem se adaptar aos novos tempos", acrescentou.

O ex-ministro do MEC afirmou que o PT perdeu força nas periferias porque houve "penetração de um pensamento conservador". Para ele, a periferia era mais "progressista" antes.

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