Pandemia aprofunda desigualdades na Itália, diz relatório
Segundo um relatório divulgado nesta sexta-feira (3) pelo Instituto Nacional de Estatística (Istat), o equivalente italiano ao IBGE, a pandemia "atingiu maiormente as pessoas mais vulneráveis, como testemunham as diferenças sociais encontradas no excesso de mortalidade causado pela Covid-19".
No documento, o Istat diz que o incremento da mortalidade no país penalizou sobretudo as faixas de população menos instruídas, enquanto o enxugamento do mercado de trabalho afetou principalmente mulheres e jovens, mais presentes no setor de serviços.
"A epidemia exacerbou as significativas desigualdades que afligem nosso país", afirma o instituto. Além disso, de acordo com o Istat, o fechamento das escolas, que só reabrirão em setembro, no início do próximo ano letivo, pode produzir um "aumento das desigualdades entre as crianças".
"No biênio 2018/19, 12,3% dos menores entre 6 e 17 anos (850 mil pessoas) não tinham computador nem tablet, cota que sobe para 19% no Mezzogiorno [nome dado às regiões do sul da Itália, menos desenvolvido que o norte]", ressalta o relatório, exemplificando as dificuldades relativas ao ensino a distância.
Ainda de acordo com o Istat, 26,6% dos filhos arriscam um "rebaixamento" socioeconômico em relação aos pais. É a primeira vez na série histórica que o relatório aponta ser mais fácil cair do que subir (24,6%) na escala social na comparação com a geração anterior.
Hospitais - O Istat também divulgou um número que pode ajudar a explicar o drama vivido pela Itália na pandemia entre março e abril, com quase mil mortes por dia e hospitais à beira do colapso.
Segundo o instituto, a oferta de leitos hospitalares no país se reduziu "notavelmente" ao longo do tempo: de 356 mil em 1995 (6,3 para cada mil habitantes) para 211 mil em 2018 (3,5 para cada mil habitantes. A média de leitos hospitalares na União Europeia é de cinco para cada mil habitantes, enquanto na Alemanha esse índice sobe para oito.
Após ter controlado a pandemia, a Itália tem agora 241.184 casos e 34.833 mortes, de acordo com o Ministério da Saúde. (ANSA)
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