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José Serra é denunciado por caso Odebrecht

03/07/2020 15h57

São Paulo, 3 Jul 2020 (AFP) - O Ministério Público Federal denunciou o senador e ex-candidato presidencial José Serra por suposta lavagem de dinheiro da construtora Odebrecht entre 2006 e 2007, quando foi eleito governador de São Paulo.

A Polícia Federal fez buscas na casa de Serra (PSDB), de 78 anos, e de sua filha, Verônica Allende Serra, que também foi denunciada.

A operação faz parte das investigações da Lava Jato.

Segundo o MPF, Serra "valeu-se de seu cargo e de sua influência política para receber, da Odebrecht, pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul" em São Paulo.

"Milhões de reais foram pagos pela empreiteira por meio de uma sofisticada rede de offshores no exterior, para que o real beneficiário dos valores não fosse detectado pelos órgãos de controle", acrescentou o MPF, que também denunciou a suposta lavagem de dinheiro.

A filha de Serra é acusada de controlar empresas e contas bancárias no exterior para ocultar o dinheiro.

Juntamente com a denúncia, a procuradoria lançou uma operação da Polícia Federal para "aprofundar as investigações" em relação a esse esquema, e os agentes realizaram buscas em residências vinculadas ao senador.

A assessoria de Serra disse que a operação causou surpresa e indignação, pois são medidas "agressivas".

"Em meio à pandemia da covid-19 e em uma ação completamente sem fundamento, a operação realizou buscas e apreensões com base em fatos antigos e prescritos", acrescentou o assessor de Serra, que expressou confiança no sistema de justiça e disse que espera que os fatos sejam esclarecidos.

No Twitter, o PSDB afirmou que "acredita no sistema judicial do País e defende as apurações na utilização de recursos públicos, ao mesmo tempo em que confia na história do Senador José Serra e nos devidos esclarecimentos dos fatos".

Além de senador, Serra foi ministro da Saúde (1998-2002), prefeito da cidade de São Paulo (2005-2006), governador do estado de São Paulo (2007-2010) e candidato à presidência em 2002 e 2010.

Também foi ministro de Relações Exteriores entre 2016 e 2017, sob a presidência de Michel Temer (2016-2018).

A Odebrecht, uma das empresas envolvidas no escândalo da Lava Jato, confessou ter pago - em troca de vantagens em contratos públicos - subornos milionários a funcionários e governantes, não apenas no Brasil, mas em muitos países da América Latina, incluindo quatro ex-presidentes peruanos.

mel/js/dg/mr/cc

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