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Doria defende Lava Jato, mas adota cautela sobre denúncia contra José Serra

do UOL

Do UOL, em São Paulo

03/07/2020 13h17Atualizada em 03/07/2020 15h01

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), manifestou hoje seu apoio à Operação Lava Jato. A manifestação foi feita no mesmo dia em que a Polícia Federal cumpriu mandado de busca contra o senador José Serra (PSDB-SP) por suposta lavagem de dinheiro.

Em entrevista coletiva, de maneira breve, Doria defendeu "a ampla e irrestrita investigação dos fatos, sempre que houver questionamento envolvendo recursos e agentes públicos". No entanto, afirmou que só irá se manifestar plenamente sobre o caso de Serra após decisão definitiva da Justiça.

"Quero começar declarando meu apoio à Lava Jato, como já fiz inúmeras vezes quando prefeito da capital de São Paulo e quando governador do estado de São Paulo. Defendo a ampla e irrestrita investigação dos fatos sempre que houver questionamentos envolvendo recursos e agentes públicos. Mas jamais condenar por antecipação", declarou o governador paulista em entrevista coletiva.

"A Justiça existe para avaliar, julgar, e apenas depois da decisão da Justiça é que nós poderemos nos manifestar plena e definitivamente", acrescentou.

Durante a mesma coletiva, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), foi questionado a respeito de casos de corrupção envolvendo o partido. E fez questão de diferenciar o caso de Serra do episódio envolvendo o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG),gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista.

"Não há nenhum áudio do senador José Serra pedindo dinheiro para ninguém. Eu, pelo menos, não escutei. São casos distintos. Vale para os dois a possibilidade de terem sua defesa apresentada; para os dois casos, ao rigor da lei se houve qualquer tipo de problema constatado. Não é porque é companheiro de partido que vou passar a mão na cabeça de quem erra. No caso do agora deputado Aécio Neves, é bem diferente. Há um áudio dele que até agora não foi explicado pedindo dinheiro ao dono da JBS."

Serra e a filha, Verônica Allende Serra, foram denunciados hoje pelo MPF (Ministério Público Federal) por suposta lavagem de dinheiro transnacional. Segundo a denúncia oferecia pela operação em São Paulo, o ex-governador paulista (2007 a 2010) "valeu-se de seu cargo e de sua influência para receber, da Odebrecht, pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionais às obras do Rodoanel Sul".

Em nota, a assessoria de comunicação de Serra disse que "causa estranheza e indignação a ação deflagrada pela força-tarefa da Lava Jato de São Paulo".

"É lamentável que medidas invasivas e agressivas como as de hoje sejam feitas sem o respeito à lei e à decisão já tomada no caso pela Suprema Corte, em movimento ilegal que busca constranger e expor um senador da República", diz o comunicado.

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