Produção industrial sobe 7% em maio, sem compensar perdas
Rio de Janeiro, 2 Jul 2020 (AFP) - A produção industrial no Brasil teve uma recuperação de 7% em maio em relação a abril, insuficiente, porém, para compensar as fortes perdas registradas nos dois meses anteriores devido à pandemia de coronavírus - informaram fontes oficiais nesta quinta-feira (2).
Em comparação com maio de 2019, a produção industrial da maior economia da América Latina registrou queda de 21,9%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De janeiro a maio, o índice caiu 11,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
"A expansão de 7,0% em maio de 2020 foi a mais elevada desde junho de 2018 (12,9%), mas eliminou apenas pequena parte da queda de 26,3% acumulada entre março-abril de 2020", explicou o IBGE.
"A partir do último terço de março, várias plantas industriais foram fechadas" em razão das medidas para conter a epidemia "e, em abril, algumas ficaram praticamente sem produção, culminando no pior resultado da indústria na série histórica" (-18,8 % mensal), explicou o responsável pelo relatório, André Macedo.
"O mês de maio já demonstra algum tipo de volta à produção, mas a expansão de 7,0%, apesar de ter sido a mais elevada desde junho de 2018 (12,9%), se deve, principalmente, a uma base de comparação muito baixa. Mesmo com o desempenho positivo, o total da indústria ainda se encontra 34,1% abaixo do nível recorde, alcançado em maio de 2011", acrescentou.
O Brasil está retomando gradualmente as atividades econômicas, apesar de a pandemia de coronavírus continuar causando um alto número de infecções e mortes diárias.
Na quinta-feira, o número total de óbitos chegou a 60.632, cerca de 25% deles (15.032) no estado de São Paulo, coração industrial do país.
O aumento de maio em relação a abril ocorreu em todas as categorias, com alta de 28,7% na produção de bens de capital, e 92,5%, na de bens duráveis.
Na comparação ano a ano, porém, todas seguem em baixa, começando precisamente pelas duas categorias mencionadas: -39,4% na produção de bens de capital, e -69,7%, em bens duráveis.
O mesmo ocorre nos setores produtivos.
A produção de automóveis, reboques e carrocerias, que praticamente parou em março e abril, teve um aumento mensal de 244,4% em maio, mas ainda permanece 72,8% abaixo do nível de fevereiro e marca uma redução de 74,5% em relação a maio de 2019.
A crise provocará este ano a pior contração anual da economia brasileira, estimada em 9,1% pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
No trimestre de março a maio, destruiu 7,8 milhões de postos de trabalho, e o número de pessoas em busca de emprego chegou a 12,7 milhões.
js/mr/tt
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