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Goldman prevê fechamento de refinarias em meio à menor demanda

Elizabeth Low e Sharon Cho

02/07/2020 07h18

(Bloomberg) -- A indústria global de refino entra em uma fase de consolidação, pois a desaceleração do crescimento da demanda por petróleo deve coincidir com projetos de grande escala que começarão a entrar em operação no próximo ano, segundo o Goldman Sachs.

O impacto na demanda causado pela pandemia de coronavírus ainda provoca atrasos em vários megaprojetos de refino, a maioria deles na China e no Oriente Médio, que iniciarão as operações entre 2021 e 2024, informou o banco em relatório. Com isso, as taxas de utilização global devem ser 3% menores nesse período em relação a 2019.

"Esperamos que a concorrência se intensifique, levando a margens de refino abaixo do consenso - e ciclo médio - ao longo de 2021-22 e a possíveis fechamentos de refinarias em mercados desenvolvidos", disseram analistas como Nikhil Bhandari no relatório. A equipe de análise do Goldman projeta que a demanda global por petróleo voltará aos níveis pré-vírus em 2022.

Mercados emergentes devem responder pela maior parte do crescimento do consumo de petróleo na primeira metade desta década, e as novas megarefinarias estarão localizadas perto de onde está a demanda, segundo o Goldman. Isso significa que o fechamento de refinarias será mais provável em países desenvolvidos.

Entre os derivados de petróleo, a expectativa é de que a gasolina lidere a recuperação da demanda por combustíveis, disse o banco. As perspectivas para os destilados são mais desafiadoras, pois a recuperação do combustível de aviação será mais lenta, e o consumo de diesel será afetado pelo uso de veículos elétricos no médio prazo. Além disso, os destilados têm grande peso nas novas megarefinarias.

O consumo de gasolina e diesel retornará aos níveis de 2019 no próximo ano, enquanto é improvável que o combustível de aviação atinja o nível do ano passado antes de 2023, segundo os analistas. O gás de petróleo liquefeito e a nafta devem puxar a expansão no longo prazo, devido ao crescente consumo petroquímico, enquanto a demanda geral por petróleo não atingirá o pico antes de 2030, disseram.

©2020 Bloomberg L.P.

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