Crédito imobiliário no 1º semestre cresce 22% na Caixa, que tenta dar novo impulso
Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - A Caixa Econômica Federal anunciou nesta quinta-feira medidas para facilitar a contratação de crédito imobiliário, tentando dar impulso a um setor que cresceu 22% no primeiro semestre, mesmo com os efeitos econômicos da pandemia da Covid-19.
O banco estatal passou a permitir a inclusão de custos de cartório e do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) nos financiamentos imobiliários para pessoas, itens que representam de 2% a 5% dos imóveis, segundo executivos da instituição.
A Caixa passará a fazer o registro cartorial eletrônico de escrituras de imóveis financiados a partir de 13 de julho. Com isso, prevê que o prazo para registro das operações deve cair de uma média de 45 para 5 dias.
Para construtoras, o banco reduziu, de 30% para 15%, o nível de vendas mínimas de novos empreendimentos, como condição para conceder empréstimos, e permitiu uso dos recursos das vendas das unidades habitacionais para pagamento de encargos mensais.
As medidas surgem no mesmo dia em que o banco anunciou que suas concessões de financiamento imobiliário no primeiro semestre somaram 48,2 bilhões de reais, com alta de 21,7% ante mesma etapa de 2019, na contramão da forte queda da atividade econômica do país, afetada pelos efeitos da pandemia.
Só em junho, o banco atingiu 11,1 bilhões de reais em concessões de crédito habitacional, o pico para o mês em 4 anos.
Segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, os números refletem em parte medidas já tomadas pelo banco nos últimos meses, como a pausa de 4 meses no pagamento de prestações para clientes adimplentes ou com até duas parcelas em atraso, a carência de 180 dias nos novos financiamento de imóveis novos e a renegociação de contratos com clientes em atraso.
"Ouvimos as manifestações das entidades do setor e entendemos que essas medidas trará benefícios para toda a cadeia da construção civil", disse.
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