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Conselho de Segurança da ONU se une para pedir trégua durante a pandemia

02/07/2020 00h53

Nações Unidas, 1 jul (EFE).- Após mais de três meses de negociações, o Conselho de Segurança da ONU finalmente se uniu nesta quarta-feira para aprovar uma resolução promovida pelo secretário-geral da organização, António Guterres, de uma trégua global durante a pandemia.

As divergências entre Estados Unidos e China, cuja relação piorou devido à pandemia de Covid-19, impossibilitavam até então a aprovação do texto, que finalmente avançou graças e uma nova versão do compromisso.

A resolução, aprovada por unanimidade, pede um pede o "fim geral e imediato das hostilidades" em todos os conflitos que estão na agenda do Conselho de Segurança e pede para que as partes promovam uma trégua humanitária de pelo menos 90 dias.

O texto deixa claro que a trégua não se aplica às operações militares contra grupos considerados terroristas pelo Conselho de Segurança, como Estado Islâmico, Al Qaeda e Frente al Nusra, antigo braço da Al Qaeda na Síria.

Os países também pediram solidariedade em meio à pandemia e vontade para apoiar as nações mais necessitadas durante a atual crise.

A ideia de um cessar-fogo global durante a pandemia foi dada por Guterres no dia 23 de março e recebeu o apoio da maioria dos Estados-membros da ONU.

O chefe da organização ressaltou várias vezes a importância de a iniciativa ser apoiada pelo Conselho de Segurança, órgão encarregado da paz e da segurança e o que teria a maior capacidade de implementá-la. No entanto, o choque entre EUA e China deixou o assunto bloqueado por mais de três meses.

Entre outras questões, as delegações americana e chinesa entraram em conflito por causa da menção ao papel da Organização Mundial da Saúde (OMS), a qual os EUA se opuseram após acusarem a agência de fracassar na gestão do coronavírus, enquanto a China queria mantê-la a todo custo. Washington, que acusa Pequim de encobrir os primórdios da pandemia, também exigiu "transparência" na resolução.

No fim, o texto não apresenta nenhuma das duas referências, mas aponta para um documento semelhante aprovado pela Assembleia Geral da ONU que pede cooperação com a OMS.

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