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Após apelo, Bolsonaro diz que enviará 40 mil doses de cloroquina à BA

Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto -
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto
do UOL

Do UOL, em São Paulo

02/07/2020 19h26Atualizada em 03/07/2020 09h06

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que enviou 40 mil doses de hidroxicloroquina para Porto Seguro, litoral sul da Bahia, depois de apelo feito por uma médica nas redes sociais.

"Nunca recebi tantos vídeos no telefone. Viram a doutora Raissa Soares fazendo apelo a mim para que chegasse a hidroxicloroquina na tua cidade. Não tinha. Sabemos, por testemunho de pacientes e médicos, em grande parte do Brasil, que o tratamento da covid na fase inicial tem tido sucesso. Ela fez o apelo a nós, liguei para o Pazuello, ele assinou na quarta e hoje partiu o avião de São Paulo para Salvador. Está previsto para chegar amanhã, por volta das 8h, 40 mil doses de hidroxicloroquina em Porto Seguro", disse Bolsonaro, durante live realizada nas redes sociais, citando o general Eduardo Pazuello,

Em junho, a OMS (Organização Mundial da Saúde) informou que o estudo com a hidroxicloroquina, em seu amplo teste em países para tratamentos de pacientes com covid-19, foi interrompido após novos dados e estudos não mostrarem eficácia. A agência reguladora de medicamentos dos EUA, a FDA, também revogou sua autorização de uso emergencial para a hidroxicloroquina no tratamento do covid.

Ontem, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) divulgou uma análise e um posicionamento sobre os mais variados remédios que vêm sendo usados para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus. O documento traz informações sobre a hidroxicloroquina, os corticoides, os antiparasitários (como a ivermectina, por exemplo) e até vitaminas, entre outros medicamentos.

Até o momento, os principais estudos clínicos não demonstraram eficácia da hidroxicloroquina ou da cloroquina no tratamento de pacientes em estado grave. Além disso, destaca a SBI, também foram relatados efeitos colaterais e não foi verificado nenhum benefício no uso do medicamento como profilaxia — isto é, para prevenir a infecção. Já o uso para tratar os casos leves de covid-19 ainda está sendo avaliado e a comunidade médica aguarda os resultados.

A SBI ainda cita que entidades como a OMS e a FDA, por exemplo, desaconselharam o uso da hidroxicloroquina e da cloroquina contra a covid-19 "devido à falta de benefício comprovado e potencial de toxicidade".

Ao todo, sete autoridades participaram da live comandada por Bolsonaro. Todos estavam sem o uso de máscara de proteção e sentados a menos de um metro de distância um do outro, desrespeitando recomendações da OMS.

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