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Trabalho remoto aumenta vacância em escritórios de Tóquio

Kurt Schussler

01/07/2020 15h38

(Bloomberg) -- A rápida mudança do Japão para acompanhar a tendência global do trabalho remoto é uma má notícia para incorporadoras de escritórios do país.

A Morgan Stanley MUFG Securities rebaixou as três maiores ações do setor imobiliário do Japão, dizendo que espera que os aluguéis de escritórios em Tóquio caiam nos próximos cinco anos. A corretora disse que a taxa de vacância na cidade pode subir para nível recorde, à medida que mais pessoas trabalham em casa como resultado da pandemia de coronavírus.

"O Japão corporativo está há muito tempo atrás de outros mercados desenvolvidos na adoção do teletrabalho, mas tem se recuperado durante a pandemia de Covid-19", disse o analista Atsuro Takemura em relatório. "Empresas com teletrabalho agora têm significativamente menos espaço para escritórios do que as que não têm, e estamos preocupados com o impacto potencialmente enorme disso no mercado de escritórios do Japão daqui para frente."

A cultura do trabalho profundamente arraigada do Japão passa por grandes mudanças em resposta ao surto de coronavírus, pois grandes empresas, como Panasonic, Mitsubishi e Hitachi, se tornam mais flexíveis ao trabalho remoto. O diretor-presidente da Nomura Holdings disse recentemente que a empresa avalia reduzir o espaço de escritórios devido à tendência.

A taxa de vacância em escritórios de Tóquio subiu para 1,64% em maio, o nível mais alto desde setembro, segundo dados da Miki Shoji. A taxa caiu em relação a mais de 9% em 2012 com o crescimento da população da cidade e desenvolvimento em meio à expansão do turismo e preparativos para os Jogos Olímpicos de 2020, que foram adiados.

Nem todos veem uma situação tão sombria para as incorporadoras imobiliárias do Japão. O Citigroup acredita que o desaquecimento do mercado já está precificado, por isso seria um bom momento para comprar ações, incluindo papéis da Mitsui Fudosan e Sumitomo Realty. Enquanto algumas partes do mercado imobiliário devem sofrer "correções leves", as principais incorporadoras podem ter crescimento estável dos lucros a longo prazo, segundo análise de Masashi Miki, do Citi, em relatório na quarta-feira.

©2020 Bloomberg L.P.

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