BTG abre linha de microcrédito para empreendedores, a partir de R$ 500
As pequenas e médias empresas (PMEs) já eram um dos focos para a área digital da instituição financeira, segmento que vinha crescendo e que no final de março tinha uma carteira de R$ 3,3 bilhões, com estimativas de subir para até R$ 7 bilhões até o final do ano. Os pequenos empreendedores que não eram clientes do BTG agora chegam para conseguirem uma linha de crédito e manter o negócio de pé.
"Essa iniciativa nasceu de uma provocação interna na unidade de varejo digital, sobre o que poderia ser feito à sociedade nesse contexto de pandemia. Fizemos uma seleção para pegar os menores, com tíquete a partir de R$ 500, o que seria uma complementação de renda", afirma o responsável por PMEs do BTG, Gabriel Motomura, em entrevista ao Broadcast. Partindo de R$ 500, a linha de microcrédito vai até R$ 15 mil, com prazo de 24 meses para pagar, com 6 meses de carência e condições facilitadas.
Um dos primeiros a receber o crédito, na semana passada, foi Gustavo Henrique Santos Manaces, de 22 anos, proprietário de uma franquia de limpeza sustentável de automóveis em Ipatinga, Minas Gerais. Com suas receitas caindo cerca de 50% com a pandemia, já que muitos carros ficaram parados em casa, ele precisou de crédito para pagar algumas contas do negócio, dentre elas os royalties da franquia. A empresa dona da marca postergou os pagamentos dos últimos três meses, mas as contas recairiam em julho e o caixa não seria suficiente. Ao procurar um banco, em maio, não conseguiu acessar o crédito. "Agora deu para dar uma respirada", comenta. Gustavo Henrique ficou sabendo dessa linha do crédito por meio de sua maquininha de pagamento. Ao entrar no site da empresa se deparou com essa linha.
Para chegar ao Gustavo e aos demais empreendedores que até aqui nunca tinham tido acesso ao banco, o BTG fechou uma parceria com a fintech Justa, de meios de pagamento e oferta de crédito, que atua em todo o território nacional.
"O objetivo é chegar nos mais afetados pela crise, como salões de beleza, oficinas mecânicas, padarias, armarinhos e outros pequenos varejistas, com linhas que façam com que eles consigam voltar à atividade, com capital para comprar estoque, por exemplo. A ideia é dar dinheiro para o negócio voltar a girar", destaca o responsável pela carteira de crédito do banco, Rogério Stallone. Segundo o executivo, a digitalização permite que esse crédito chegue na ponta nas mais diversas regiões do País.
Motomura frisa que, além das maquinhinhas, outra forma de chegar aos pequenos e médios, com um tíquete médio um pouco maior, entre R$ 15 mil e R$ 30 mil, é por meio da antecipação de recebíveis. "É um processo aderente ao open banking, que viabiliza esse tipo de negócio", comenta.
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