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Americanos se preparam para um 4 de Julho com restrições

01/07/2020 19h32

Washington, 1 Jul 2020 (AFP) - Praias fechadas, shows de fogos de artifício cancelados, reuniões familiares proibidas e agora restaurantes fechados: o coronavírus restringe a celebração tradicional de 4 de julho, quando os Estados Unidos comemoram sua independência.

Os novos casos de Covid-19 nos Estados Unidos excedem 40.000 por dia e o número de mortes é superior a 127.000 na véspera de um dos feriados mais importantes do país, que geralmente é comemorado em família ou em reuniões para assistir fogos de artifício.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, expressou preocupação com as grandes celebrações familiares, em que os convidados "baixam a guarda" com o uso de máscaras.

"Uma das áreas em que estamos vendo um aumento na transmissão é nas reuniões familiares, que fazem parte expressamente da tradição de 4 de julho", afirmou.

"O patriotismo, pelo menos em um contexto de Covid-19, pode ser expresso de maneira um pouco diferente, considerando (alcançar) nossa independência da Covid-19".

Ele anunciou nesta quarta-feira que, nas próximas três semanas, restaurantes em espaços fechados, cinemas, bares e outros estabelecimentos comerciais em Los Angeles e mais 18 municípios deixarão de funcionar para mitigar a propagação do vírus, que já matou 6.000 pessoas no estado.

O mesmo acontece em Nova York, onde o prefeito Bill de Blasio anunciou que os restaurantes ainda não seriam capazes de reabrir seus salões, conforme planejado na estratégia de desconfinamento.

"Todos nós compartilhamos a preocupação de que comer dentro de um restaurante se tornou problemático", disse. O estado de Nova York, que foi o epicentro da pandemia no país e sofreu um revés por várias semanas, também adotou medidas rigorosas para se proteger, ordenando quarentena para visitantes de 16 estados, quase o metade da população americana.

- "Um pouco cedo demais" -As autoridades locais de Los Angeles decidiram fechar as praias no fim de semana de férias, enquanto no Condado de San Diego implementou uma restrição de tempo para bares e restaurantes.

Marisol Martinez, moradora de Los Angeles e na fila para fazer um teste no gigantesco estacionamento do Dodger Stadium, acredita que a cidade abriu "um pouco cedo demais".

"Todo mundo indo a bares, faz festas e vai a restaurantes é bom demais para ser verdade", disse à AFP.

Na Flórida, em plena estação turística, as praias também foram fechadas na tentativa de conter esse novo pico de infecções e os municípios intensificaram as medidas protetivas.

A maioria dos eventos de 4 de julho no estado foi cancelada.

No Condado de Miami-Dade, os voluntários vão de porta em porta distribuindo máscaras faciais, luvas e álcool em gel enquanto repetem para os residentes a importância de medidas preventivas.

A cidade de Miami Beach tornou obrigatório o uso da máscara em público, com uma multa de US $ 50 para quem não obedecer. Além disso, em Miami, as autoridades decidiram na terça-feira fechar por 30 dias as empresas que não cumprem as medidas sanitárias.

- Espetáculos surpresa -A atenção se concentra, agora, nas grandes reuniões por ocasião das celebrações do Dia da Independência. Em 3 de julho, o presidente Donald Trump planeja assistir aos fogos de artifício em Mount Rushmore, importante atração turística de Dakota do Sul, onde os rostos de ex-presidentes do país estão esculpidos em granito.

Na Flórida, a maioria dos eventos foram cancelados. Para os que estão mantidos, autoridades pediram ao público que assista e permaneça em seus automóveis. Já em Nova York, a loja de departamentos Macy's anunciou a organização surpresa de shows de fogos de artifício de cinco minutos ao longo da semana, para evitar multidões.

Com 1.199 mortes adicionais por coronavírus registradas no país nas últimas 24 horas, a cifra diária começou a aumentar novamente ontem, segundo a Universidade Johns Hopkins. Este número estava abaixo de mil desde 10 de junho. Durante vários dias, foram registrados mais de 40 mil novos casos de Covid-19.

O principal especialista do país em doenças infecciosas, Anthony Fauci, advertiu que o número diário de novos casos poderá chegar a 100 mil se autoridades e população não tomarem medidas para frear o contágio.

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