Dados sobre Brasil chegam a ficar fora do ar do site da Johns Hopkins
A ausência dos dados aconteceu no dia em o portal oficial do Ministério da Saúde sobre a pandemia deixou de divulgar o número total de casos confirmados e óbitos pela doença, informando apenas os que foram registrados nas últimas 24 horas, além do número de recuperados.
O site brasileiro chegou a ficar fora do ar nesta sexta e em grande parte do sábado e, quando os dados voltaram, vieram somente os registros de 24 horas, sem o histórico da evolução da covid-19 no Brasil.
Na plataforma, a instituição americana disponibiliza informações com os dados oficiais divulgados diariamente pelo Ministério da Saúde e, a partir deles, posiciona o País em um ranking de nações afetadas.
O jornal O Estado de S. Paulo procurou a Johns Hopkins para saber o motivo da saída dos dados brasileiros do ar, mas a universidade não retornou o contato da reportagem.
O Ministério da Saúde quer recontar as mortes por covid-19 no País, sob o argumento de que haveria óbitos a mais, ocorridos por outras doenças, mas erroneamente registrados como coronavírus.
Na avaliação da cúpula da pasta, Estados e municípios estariam manipulando informações para se beneficiarem de recursos do governo federal. A possibilidade de recontagem provocou reação de entidades.
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame, afirmou que há uma tentativa "autoritária, insensível, desumana e anti-ética" de dar invisibilidade aos mortos pelo coronavírus.
Sobre a plataforma
O site da Johns Hopkins é um repositório de fontes internacionais utilizadas como base para compilar os dados dos países. O painel indica que a plataforma do Ministério da Saúde vinha sendo utilizada como fonte principal para inserções sobre o Brasil.
O levantamento da Universidade John Hopkins é disponibilizado por meio do Centro de Recursos do Coronavírus desenvolvido pela instituição, que está localizada em Baltimore, nos Estados Unidos. Os dados são utilizados mundialmente como fonte para pesquisadores e meios de comunicação.
Redação, O Estado de S. Paulo
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