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Crivella critica decreto de Witzel e poupa Wizard: "O que mata é o pânico"

5.jun.2020 - O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), inaugura deque revitalizado na Lagoa Rodrigues de Freitas - André Melo Andrade/Myphoto/Estadão Conteúdo
5.jun.2020 - O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), inaugura deque revitalizado na Lagoa Rodrigues de Freitas Imagem: André Melo Andrade/Myphoto/Estadão Conteúdo
do UOL

Igor Mello

Do UOL, no Rio

06/06/2020 18h17

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos) afirmou na tarde deste sábado que o carioca vive uma situação de insegurança jurídica por conta de decreto editado ontem pelo governador Wilson Witzel (PSC), com normas mais brandas de isolamento social.

Em busca do apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à sua reeleição, Crivella evitou criticar o novo secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, o empresário Carlos Wizard. Em entrevista, ele afirmou que estados e municípios enviam dados "fantasiosos" sobre a covid-19 para obter mais verbas federais.

Ontem, Wizard, afirmou que a pasta deveria recontar o número de mortes, alegando que os dados eram "fantasiosos ou manipulados". Um novo balanço foi prometido para o próximo mês. "Eu acredito que vai ter um dado mais real, porque o número que temos hoje está fantasioso ou manipulado", disse Wizard ao jornal O Globo.

Por decisão de Crivella, desde a última terça-feira a cidade do Rio de Janeiro iniciou um plano de reabertura da economia em seis etapas, com regras mais rigorosas do que as estabelecidas por Witzel — que libera a reabertura de shoppings, bares, restaurantes e pontos turísticos.

Embora tenha adotado um tom conciliador ao dizer que o decreto do governador é uma recomendação, e não uma determinação, Crivella falou em diversos momentos em insegurança jurídica.

"No popular, as pessoas acham que um manda fechar e o outro manda abrir", resumiu.

O prefeito salientou que as normas em vigor seguem sendo as da prefeitura, mas disse que irá reunir amanhã o conselho científico que orienta o município no enfrentamento à pandemia de covid-19. A flexibilização de setores será avaliada e há a possibilidade de que algumas mudanças sejam feitas.

Wizard não quer pânico, diz Crivella

Ao ser questionado pelo UOL sobre as declarações do empresário Carlos Wizard, Crivella preferiu contemporizar. Segundo o prefeito do Rio, o novo secretário do Ministério da Saúde tem boa intenção. As falas geraram uma forte reação do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde).

"Entendo que ele não quer que haja pânico. Neste momento o que mais mata não é coronavírus, é pânico", disse Crivella.

O prefeito disse que o Ministério da Saúde tem autonomia para mudar as metodologias sobre estatísticas da pandemia, mas negou haja manipulação nas estatísticas do Rio.

"Não é nosso caso no Rio de Janeiro. Não estamos pensando em maquiar dados por verbas no Rio de Janeiro de maneira nenhuma", afirmou.

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