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Rio terá pico da epidemia de covid no meio de junho, diz projeção da UFRJ

Coveiros vestindo roupas de proteção carregam o caixão de Andre Wendel, que morreu da doença de coronavírus (COVID-19), no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro - PILAR OLIVARES/REUTERS
Coveiros vestindo roupas de proteção carregam o caixão de Andre Wendel, que morreu da doença de coronavírus (COVID-19), no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro Imagem: PILAR OLIVARES/REUTERS
do UOL

Do UOL, no RIo de Janeiro

05/06/2020 17h48

O Estado do Rio de Janeiro atingirá o pico da epidemia de coronavírus a partir do meio de junho com um total de 71 mil infectados. A previsão é de um estudo da Coppe/UFRJ e da Faculdade de Medicina - sua conclusão é de que não deveria haver reabertura da economia neste momento como prevê o governo estadual.

A pesquisa é feita com um modelo de computador que analisou dados de infectados e óbitos no Estado até o meio de maio. A partir dessas informações, foi feita uma projeção até o meio de junho. Atualmente, o Estado do Rio tem 63.066 infectados, com 6.473 mortes.

Apesar dos óbitos continuarem a crescer a cada semana, o Estado do Rio planeja a reabertura de setores da economia para a próxima semana. Já a prefeitura do Rio iniciou medidas de flexibilização do distanciamento na última terça-feira, com abertura de lojas não essenciais e áreas de lazer.

Pela previsão do estudo da Coope/UFRJ e da Faculdade de Medicina, o pico da epidemia no Estado ocorreria a partir dos dias 12 e 17 de junho. Há ainda uma estimativa de que 15 mil pessoas morrerão no Rio ao final do surto do coronavírus.

"O modelo estima que o número de casos de Covid-19 confirmados no período de pico deverá chegar a cerca de 71 mil casos notificados. De acordo com o modelo utilizado, caso se mantenha o cenário atual, no qual apenas cerca de 40% a 50% da população fluminense segue as orientações de confinamento, o número de óbitos pode chegar a 15,1 mil pessoas ao final da pandemia", afirmou Claudio Miceli, professor do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe e do NCE.

Por meio de dados de monitoramento de celulares, o estudo aponta que já vinha caindo a adesão da população fluminense ao isolamento social. De 14 de março a 2 de maio, mais de 50% dos habitantes do Estado aderiam ao distanciamento. No período entre 17 e 23 de maio, esse índice ficou em 46,4%.

O estudo da UFRJ considerou para o cálculo uma taxa de transmissão de 2,02. Ou seja, cada pessoa infectada contamina outras duas. Para manter a epidemia controlada, é preciso que a taxa seja abaixo de 1.

"A adoção do lockdown é necessária, tendo em vista o comportamento da população até o momento, e a insuficiência de infraestrutura hospitalar do Rio de Janeiro. É a forma mais eficaz de frear a contaminação de pessoas. Os países que adotaram essa medida, como a França, já estão retornando suas atividades. O mesmo já poderia estar acontecendo no Rio de Janeiro, caso isso fosse feito", analisou o epidemiologista Roberto Medronho que lidera o grupo de trabalho para enfrentar a COVID na UFRJ.

O instrumento de acompanhamento do coronavírus no Rio de Janeiro idealizado pela UFRJ vai ser disponibilizado para o público em breve. Para fazer as projeções, o modelo de computador utilizada dados da secretaria estadual de saúde.

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