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Presidentes francês e chinês falam de COVID-19, África e clima

05/06/2020 23h02

Paris, França, 6 Jun 2020 (AFP) - O presidente francês, Emmanuel Macron, e seu colega chinês, Xi Jinping, conversaram longamente nesta sexta-feira (5) sobre a gestão da pandemia do novo coronavírus, a ajuda à África, e temas relacionados ao clima e à biodiversidade, anunciou o Palácio do Eliseu, sede do Executivo da França.

Macron também mencionou a situação em Hong Kong, acrescentou o Eliseu, sem dar detalhes, em um momento em que o Ocidente pressiona a China a voltar atrás na intenção de impor uma lei de segurança nacional na ex-colônia britânica.

Reino Unido, Estados Unidos, Austrália e Canadá expressaram publicamente suas reticências e o ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, exortou Pequim na terça-feira a renunciar a esta lei.

Além disso, Macron reforçou "o papel central e inevitável da OMS", assim como a importância da iniciativa internacional Act-A sobre os diagnósticos, os tratamentos, as vacinas e o apoio aos sistemas de saúde.

Também lembrou a importância da moratória sobre as dívidas dos países africanos mais frágeis.

Por fim, o presidente francês se referiu às próximas reuniões de cúpula sobre o meio ambiente previstas na China no fim de 2020 ou início de 2021 (a COP15 sobre a biodiversidade e a COP26 sobre o clima) e expressou "sua vontade de continuar construindo uma agenda concreta com a China nos próximos meses" com vistas a estas duas reuniões.

Macron espera que em torno destas prioridades se defina nos próximos meses "uma associação ambiciosa e equilibrada entre Europa e China".

O presidente francês falou com o colega chinês sobre uma possível nova data para a cúpula UE-China, que foi adiada. Estava prevista inicialmente para 14 de setembro, em Leipzig (Alemanha).

A conversa entre os dois dirigentes é antecedida por tensões entre Paris e Pequim. Em meados de abril, o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, convocou o embaixador chinês na França depois da publicação de um artigo no site da embaixada que acusava o pessoal dos estabelecimentos médicos para idosos dependentes (Ehpad) de ter "deixado que seus residentes morressem de fome e de enfermidade".

Por outro lado, a tensão vem crescendo entre Washington e Pequim. O presidente Donald Trump culpa a China pela propagação da pandemia do novo coronavírus e ameaça Pequim com mais sanções comerciais.

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