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Funcionários da Estée Lauder criticam apoio de herdeiro a Trump

Kim Bhasin e Gerald Porter Jr.

05/06/2020 14h06

(Bloomberg) -- Funcionários da Estée Lauder criticaram a resposta da empresa de cosméticos aos protestos contra a violência policial e pediram a renúncia do membro do conselho Ronald Lauder, herdeiro da família, por seu apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em carta ao presidente do conselho da empresa, William Lauder, que foi revisada pela Bloomberg News, mais de 100 funcionários pediram a destituição de Ronald Lauder por suas doações políticas e preocupações por seu impacto nas relações raciais dentro da empresa.

"O envolvimento de Ronald Lauder com as empresas Estée Lauder prejudica nossos valores corporativos, nosso relacionamento com a comunidade negra, nosso relacionamento com os funcionários negros desta empresa e o legado desta empresa", diz a carta.

Entre as queixas estão as contribuições políticas de Lauder ao presidente Trump. Filho dos fundadores Estée e Joseph Lauder, Ronald Lauder, de 76 anos, é republicano de longa data e trabalhou como diplomata no governo Ronald Reagan antes de concorrer à prefeitura de Nova York na década de 1980 e perder para Rudy Giuliani. Desde que voltou ao conselho de administração da Estée Lauder, em 2016, doou mais de US$ 1,6 milhão em contribuições políticas para organizações pró-Trump, segundo dados federais.

Apoio

Muitas das marcas da Estée Lauder, como Clinique e La Mer, divulgaram breves declarações sobre a desigualdade racial nos EUA, sem mencionar os protestos atuais. Funcionários disseram que não é suficiente.

Ronald Lauder não pôde ser contatado para comentários. Um porta-voz da Estée Lauder disse que a empresa respeita o direito de todos de tomar as próprias decisões políticas e que seus pontos de vista não representam os da empresa.

"Nesta semana, vários funcionários perguntaram se um único membro da família Lauder e de nosso conselho representa as opiniões de nossa empresa", afirmou a companhia em comunicado quinta-feira. "A resposta é não."

Em memorando interno de 1º de junho, William Lauder e o CEO Fabrizio Freda disseram a funcionários que a organização se manifestaria contra a injustiça racial e ofereceria financiamento para grupos comunitários. Na quinta-feira, a Estée Lauder disse à equipe que doaria US$ 1 milhão em apoio à comunidade negra. Na carta, os funcionários pedem à Estée Lauder que a amplie o valor para US$ 5 milhões.

©2020 Bloomberg L.P.

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